• Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

    Mateus 5:44,45

  • Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível

    .

    Mateus 17:20

  • Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?

    Lucas 15:4

  • Então ele te dará chuva para a tua semente, com que semeares a terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante. Naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.

    Isaías 30:23

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    João 10:27

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Os aniquilacionistas sobre a parábola do rico e de Lázaro

Escrito por  Gustavo
O rico e Lázaro

Recentemente um pastor que se intitula mortalista dedicou algum tempo para a defesa do aniquilacionismo em um de nossos artigos1. Quem debateu com um “mortalista” sabe que é natural que se faça referência à bem conhecida parábola do rico e de Lázaro nestas discussões. Talvez isto explique por que ao se fazer menção ao texto, uma resposta padronizada foi dada, que não levava em consideração os motivos para a menção e como a menção foi feita. Um dos pontos desta resposta que nos chama a atenção:


Sobre a parábola do rico e de Lázaro é um desespero muito grande na ânsia de defender um conceito falido e insustentável querer dizer que se trata de uma história real! Os fatos incidentais da parábola por si só mostra que se trata de uma parábola. E é regra em boa teologia que doutrinas não se fundamentam sobre parábolas! Jesus pega uma estória, constante inclusive do Midrash Rabbah, e inverte o final colocando o rico no Hades e o mendigo no céu, confrontando com isso a expectativa geral dos judeus helenizados.

Há muitos defensores da imortalidade da alma que defendem que este texto representa uma história real. Por isto a primeira parte desta resposta foi estabelecer que o texto se trata de uma parábola (erroneamente alegando que defendi a historicidade da parábola), para depois fazer a observação mais curiosa desta resposta: “é regra em boa teologia que doutrinas não se fundamentam sobre parábolas”.

Afinal de contas, quais pessoas defendem esta regra hermenêutica? Se parábolas não servem para fundamentar doutrinas, por que Jesus as empregava? Devemos tratar as parábolas como a igreja antiga tratava os escritos eclesiásticos (bom para leitura da igreja, mas não para fundamentar doutrinas)?

O objetivo deste texto, portanto, é responder estas questões e determinar qual o valor da parábola do rico e de Lázaro para a doutrina da imortalidade da alma.

Qual a relação entre as parábolas e as doutrinas?

É curioso como a regra sobre parábolas nunca é fundamentada por nenhuma referência. Geralmente o máximo que se fornece é uma vaga referência sobre “os melhores livros de hermenêutica”. A fim de esclarecer esta declaração, portanto, foi-se atrás de livros de referência no idioma português.

O livro Hermenêutica Avançada, de Henry Virkley, por exemplo, nos diz o seguinte sobre a relação das parábolas com as doutrinas:

Há outro aspecto importante da análise teológica na interpretação das parábolas. As parábolas podem servir ao importante propósito de fixar doutrina em nossa memória de um modo particularmente admirável. Contudo, os expositores ortodoxos unanimemente concordam em que nenhuma doutrina deve basear-se numa parábola como sua primária ou única fonte. A base lógica deste princípio é que passagens mais claras das Escrituras são sempre usadas para esclarecer passagens mais obscuras, e nunca vice-versa. As parábolas são, por natureza, mais obscuras do que as passagens doutrinais. Por conseguinte, a doutrina deveria desenvolver-se a partir de passagens bíblicas em prosa clara, e as parábolas devem ser empregadas para ampliar ou acentuar essa doutrina2.

Assim, como nos explica Henry Virkley, uma doutrina não pode ser fundamentada unicamente em parábolas. A questão aqui não é que elas não servem de forma alguma para fundamentá-las, mas sim que elas não podem ser a única fonte para estas doutrinas. O mesmo nos diz Grant R. Osborne em seu A Espiral Hermenêutica, que usa esta mesma parábola para indicar o que não pode ser transformado em doutrina:

6. Não fundamente doutrinas com base em parábolas sem conferir detalhes comprobatórios em outro lugar. Algo que está estreitamente relacionado com o item 5 acima. Contudo, em função do mau uso difundido das parábolas justamente nesta área, trago a questão aqui como um ponto separado. Por exemplo, a parábola do homem rico e Lázaro (Lc 16.19-31) é tomada muitas vezes como prova de um inferno compartimentado. Porém, semelhante tipo de doutrina não se encontra no ensino de Jesus em Lucas, e, na verdade, em nenhuma outra parte das Escrituras. Logo, a ambientação no inferno é algo específico da parábola, e não dogma, e isso não deve ser forçado no texto em demasia3.

Novamente vemos aqui que a parábola serve sim como base para uma doutrina, desde que ela não seja a única base. E é aqui que uma má representação dos defensores da imortalidade da alma é feita. Afinal de contas, eles não empregam apenas este texto como base para sua doutrina. Os “mortalistas” podem até discordar da interpretação de outros pontos (Fp 1:12-24, por exemplo), mas não poderão dizer que quem defende a imortalidade da alma, faz isto apenas com base na parábola do rico e de Lázaro. Certamente as palavras de Bernard Ramm deveriam ser ouvidas por eles:

Parábolas ensinam doutrinas e o clamor de que elas não podem ser usadas de todo em escritos doutrinários é impróprio. Mas ao colher nossas doutrinas das parábolas, devemos ser rígidos em nossa interpretação, nós devemos checar nossos resultados com o resto do Novo Testamento. Parábolas com cautela apropriada podem ser usadas para ilustrar doutrinas, iluminar experiência cristã e ensinar lições práticas4.

Todo texto bíblico deve ser interpretado à luz de outros textos, isto não se limita apenas às parábolas. Algumas formas que os “mortalistas” encontram para explicar a ressurreição, no entanto, não encontram amparo algum nas Escrituras:

É meu caráter ou personalidade que desenvolvemos nesta vida que Deus preserva em Sua memória e reunirá à pessoa ressuscitada. Não há dois caracteres iguais porque não há duas pessoas que enfrentem as mesma tentações, lutas, derrotas, desapontamentos, vitórias e crescimento em sua vida cristã. Isso elimina a possibilidade de “duplicação” de pessoas por ocasião da ressurreição, todos se parecendo, agindo e pensando igual. Cada um de nós tem um caráter ou personalidade único que Deus preserva e unirá ao corpo ressuscitado. Isso explica a importância de desenvolver um caráter cristão nesta vida presente, porque essa será nossa identidade pessoal no mundo por vir5.

Qual texto dá suporte ao entendimento que Deus preservará nossa personalidade em Sua memória, e é a partir desta personalidade que Deus irá nos ressuscitar? O texto de origem do trecho acima não fornece bases bíblicas para este ensino. Por outro lado, até a doutrina do sono da alma se baseia em uma metáfora.

Mas agora, voltemos à parábola do rico e de Lázaro. Afinal ela tem algum valor para a defesa da imortalidade da alma?

Sobre a parábola do rico e de Lázaro

A análise do contexto é vital em qualquer interpretação de textos bíblicos. Isto vale para as parábolas também, como esclarece Grant R. Osborne:

1. Observe o cenário no qual a parábola se situa. Blomberg aponta para um dado de que “as parábolas são autênticas nas formas e contextos nos quais elas aparecem” e que não há necessidade de “confrontar o significado original de Jesus com o uso que os evangelistas fazem das parábolas em algum cenário novo” (2004:23). Essas condições incluem tanto o contexto imediato (a dimensão literária) quanto o público para o qual a parábola é destinada (a dimensão histórica). O grupo específico ao qual Cristo se dirigiu altera, de modo significativo, a ideia central da parábola. O problema que Cristo enfrentava quando proferiu a parábola, e a discussão que se seguiu, também são fatores contextuais importantes6.

Assim, o problema que Cristo enfrentava além da audiência são importantes para definir o significado da parábola. Por isto, vamos buscar estes dois pontos em nossa análise.

Jesus acabara de relatar a parábola do homem rico e do mordomo infiel. Era uma parábola sobre o uso das riquezas deste mundo, que acabaria com esta lição:

Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, o há de odiar a um e amar ao outro, o há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. – Lucas 16:9-13

Estas palavras teriam despertado a atenção dos fariseus, conforme registra Lucas:

(Lc 16:14) Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele.

Lucas aponta a ganância (φιλάργυρος, literalmente amor à prata) dos fariseus como motivo para a zombaria. Talvez por serem avarentos e recusar o ensino de Jesus sobre a riqueza é que fizeram isto, mas há também a possibilidade deles estarem refletindo a ideia comum na época de que a riqueza é sinal de favor divino. Tal ideia também poderia ser o pano de fundo para a surpresa dos discípulos em outra ocasião:

E Jesus, vendo-o assim, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Pois é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus. Então os que ouviram isso disseram: Quem pode, então, ser salvo? – Lucas 18:24-26

Assim, quando Jesus diz que não se pode servir a Deus e às riquezas, Ele estaria atacando esta ideia, e a reação dos fariseus foi de zombaria. Mas riquezas não indicam nada, muito menos favor divino. Riquezas podem até convencer homens de alguma coisa, mas não convencem a Deus:

(Lc 16:15) E ele lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.

Assim, Jesus os condena pelos atos que praticam e dá início à parábola do rico e do Lázaro. E embora a parábola empregue vários elementos que não podem ser considerados literais, há pontos que não podem ser descartados, como enumera F. F. Bruce:

Certas verdades concernentes à vida por vir são, no entanto, destacadas inescapavelmente na parábola. Em primeiro lugar, está o caráter final e decisivo da morte como destino humano; o estado da alma individual depois da morte é determinado irrevogavelmente durante esta vida. Em segundo lugar, seja o que estiver representado na linguagem simbólica, a parábola ensina claramente que o destino dos justos é a infinita felicidade, e o dos ímpios a aflição indescritível. Tanto a felicidade quanto a aflição são conscientes, e, além disso, a memória desta vida com suas oportunidades perdidas subsiste no além. Em terceiro lugar, além da insistência na realidade das diversas condições após a morte, há uma insistência equivalente na verdade de que para todos os homens há orientações suficientes do caminho para o céu nas Escrituras7.

Todos estes pontos são importantes para estabelecer o ensino da parábola. A declaração final da parábola diz: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos”. Os “mortalistas” defendem que na morte somos inconscientes. Neste caso, um morto não poderia dar testemunho, já que não se lembraria de nada para testemunhar. Assim a declaração final perderia seu peso.

Acima de tudo, temos que observar que a parábola era uma resposta a um problema. Os gananciosos fariseus viam nas riquezas uma forma de indicar o favor divino. Jesus, no entanto, mostra um rico em sua parábola, sendo objeto de condenação divina. Se a cena de sofrimento do rico não representasse que ele estava condenado, pelo menos para os fariseus, que significado esta repreensão teria para eles? Se todos ali criam que a verdadeira condenação divina era o aniquilamento, porque não se empregou este? Isto nos mostra que a doutrina da imortalidade da alma foi pano de fundo para a parábola. Uma parábola para explicar a dureza do coração daqueles fariseus.

Notas

1. O comentário foi feito em João Calvino e a imortalidade da alma, no site antigo.

2. Henry Vinkler, Hermenêutica Avançada, Ed. Vida, pág. 131.

3. Grant R. Osborne, A Espiral Hermenêutica, Ed. Vida Nova, pág. 392.

4. Bernard Ramm, Protestant Biblical Interpretation, Baker Book House, pág. 285.

5. Conforme citado em http://www.c-224.com/2-DDD-2.html

6. Grant R. Osborne, A Espiral Hermenêutica, Ed. Vida Nova, pág. 387.

7. F. F. Bruce, Comentário bíblico NVI, Ed. Vida, pág. 1160.

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Comentários   

+1 #7 Diana 23-02-2017 03:36
Obrigado perfeito
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+2 #6 Luiz 27-05-2016 23:56
Olá Gustavo

Boa noite

Em relação à santa doutrina da imortaidade da alma os mortalistas negam já em Gênesis 2:7 o ser em si pois quando a Bíblia fala sobre o ser humano ser uma "alma vivente" pois a "alma vivente" aí identifica alma imortal que é o ser em si que interage de forma complexa com o corpo físico e repare que "alma vivente" é um ser que vive ora se é um ser que vive então tem algo para identificar o mesmo como tal então temos que existe um elemento consciente espiritual. Na visão mortalista o ser humano é corpo + fôlego de vida ora isso não designa uma alma vivente mas sim uma soma ou adição vivente e a Bíblia não ensina sobre o ser humano ser uma soma ou adição vivente mas sim uma alma vivente. A doutrina mortalista cre também que quando o ser humano morre ele deixa de existir ( ainda que temporariamente)mas tanto o corpo quanto o fôlego de vida continuam existindo de forma real o corpo virá pó e o fôlego volta para Deus logo existem até para que haja ressurreição se faz necessária tal existência ou seja a potencialidade para ressurgir existe e por esse motivo a santa doutrina da imortalidade da alma é importante pois como a potencialidade para haver a ressurreição requer existência segue-se que tem que existir o elemento espiritual principal existente que é justamente a alma imortal.

Um outra questão é que no aniquilacionismo proporcionalista o ser " deixa de existir" mas o que acontece com o fôlego de vida do ímpio que vai queimando proporcionalmente ? volta para Deus ou some? Se o fôlego de vida volta para Deus então parte daquela alma vivente continua existindo em Deus e se é aniquilada isso entra em contradição com a própria nomenclatura que é fôlego de vida e não de morte e ainda temos a questão que Deus sempre existiu, existe e existirá o nada em absoluto nunca existiu, existe ou existirá e esse nada 100% está em Deus pois a existência real de Deus supera-o deixando-o como não existência e se um ser é aniquilado em absoluto esses ser volta para Deus pois se cre que Deus crio as coisas a partir do nada ou seja só existia Deus e se só existia Deus antes da criação logo o nada estava completamente preenchido pela existência plena de Deus.O nada não poderia estar em paralelo com Deus pois senão existiria Deus e o nada, e o nada aí seria algo e isso descaracterizaria o nada como não-existência ou seja Deus não foi no nada como se o nada fosse algo tirar as coisa de lá mas criou a partir dEle mesmo.

Na verdade os mortalistas são inexistencialistas pois negam o ser.

Um grande abraço
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+3 #5 Gustavo 18-08-2015 23:57
Oi, Luiz.

Tudo bem, não tem problema. Eu percebi que você estava tentando enviar seu comentário!
Fique na Paz.
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+3 #4 Luiz 17-08-2015 13:22
Olá Gustavo

Bom dia

Gustavo, peço desculpas pois quando eu escrevi o meu primeiro comentário neste assunto eu realmente me confundi, pois eu digitei os caracteres que no caso eram números e logo depois apareceram outro caracteres que no caso eram letras e enviei mas aí eu não vi que o comentário já tinha sido enviado com sucesso e então como eu não percebi isso eu continuei preenchendo os caracteres e enviando outras vezes, só depois de um tempo é que fui na barra de rolagem e arrastando ela consegui ver a mensagem que já tinha ido,pelo desculpas novamente.

Luiz
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+3 #3 Luiz 15-08-2015 01:46
Olá Gustavo

Boa noite

A parábola do rico e Lázaro nos apresenta outras informações interessantes:

Em Lucas 16:23 aparece a expressão “ estando em tormentos “, Lucas 16:24 “ estou atormentado nesta chama”e em Lucas 16: 25 “ “em tormentos” e em Lucas 16:28 “lugar de tormento” reparem que Jesus não poupou as palavras tormento e atormentado indicando assim um lugar sim de tormento não para o corpo mas para a alma ou seja a força das palavras de Jesus indicam que tal lugar recebe as almas dos ímpios. E tanto em Lucas 16:23 como em Lucas 16:28 a palavra em grego é basanos lembrando Apocalipse 20:10 que é tilizada a palavra bazanizo e em Apocalipse 14:11 é basanismos e embora o “lugar de tormento” em Lucas não seja a Geena Eterna mas é sem dúvida um lugar de sofrimento consciente.

Aproveitando o gancho em Mateus 25:46 a palavra usada é kolasis e não basanos e crença mortalista argumenta o seguinte: que quando no grego o adjetivo aionios vem junto de um substantivo de ação então se refere ao resultado e não ao processo e que tal resultado é eterno ou seja tem um resultado permanente e que então tal castigo resultaria em um aniquilamento como resultado. Pois bem, em Hebreus 6:2 temos a expressão “juízo eterno” e considerando que a palavra “juízo”é um substantivo de ação e vem junto da palavra grega aionion então se depois desse juizo o resultado deverá ser permanente e eterno e o resultado desse juízo de acordo com a crença mortalista é justamente o “castigo” de Mateus 25:46 então tal “castigo” como conseqüência ou resultado tem que ser eterno e permanente então conclui-se que o castigo sendo eterno gera um tormento eterno.

Se o rico representa os judeus e o mendigo representa os gentios e os judeus tinham por algum motivo seja por tradição ou seja por algum escrito uma concepção de que o rico iria para o céu o mendigo iria para o inferno então tal entendimento era só daquele povo naquela época e a parábola tem um sentido universal. Tanto as pessoas daquela época quanto as que estavam presentes no exato momento que Jesus falou a parábola entenderiam a mesma inclusive entendendo a mensagem moral partindo da forma que Jesus montou a parábola ou seja com a vida após a morte como pano de fundo. Então na crença mortalista é como se Jesus se dirigisse só para aquelas pessoas ou seja elas entenderiam isso, mas sendo a mensagem universal todas as pessoas deveriam entender e aprender com tal parábola. Os mortalistas podem argumentar que para as demais pessoas bastaria explicar isso ou seja que a parábola simbolizava algo e que não se baseava em fatos reais porém isso é limitar a narrativa. A visão bíblica imortalista deixa a parábola muito bem estruturada em sua mensagem plena com o sentido universal e tem como pano de fundo a vida após a morte e a partir daí a parábola é estabelecida e ai sim a mesma ganha uma dimensão universal ou seja tanto a imortalidade da alma,quanto o fato de amar mais a Deus do que ao dinheiro, e que a oportunidade de salvação é apenas nesta vida não está limitado áquela época mas a todas as épocas e povos.

A universalidade da referida parábola pode se vista em Lucas 16:16 onde Jesus diz que o Evangelho do Reino vêm sendo anunciado e que “todo homem se esforça por entrar nele”.

É interessante que cita no mesmo versículo “ Lei e profetas” e isso lembra Moisés e os profetas. Como eu escrevi toda a parábola e construída e conduzida tendo como base a vida após a morte e que Moisés e os profetas estão com seus corpos mortos porém eles são citados para se entender que estão vivos e vivos como almas e que isso não é ficcção mas sim realidade e é tão realidade como a Lei e os profetas que constavam nas Escrituras e que agora a parábola também está nas Escrituras para todos os homens. Moisés e os profetas foram seres reais as Escrituras que os judeus tinham era reais e parábola do rico e Lázaro está também nas Escrituras e isso é real assim como a parábola tem seres reais em situações reais.

Um abraço

Luiz
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+1 #2 Gustavo 13-08-2015 02:39
Olá, Luiz.

Obrigado pela contribuição, à qual não preciso adicionar nada. Gostaria apenas de avisar que, como os comentários são aprovados apenas quando entro no site e os aprovo manualmente (para evitar que robôs postem SPAM, como acontecia antes na aprovação automática), você não os verá quando o submeter. Mas não se preocupe, eles estarão aguardando minha aprovação, e eu geralmente aprovo todos os comentários. Se ao enviar seu comentário, surgir a mensagem "Comentário adicionado e à espera de aprovação" abaixo do botão de enviar, ele já estará no sistema.

Abraços.
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+2 #1 Luiz 13-08-2015 00:58
Olá Gustavo

Boa noite

Eu entendo que a parábola do rico e Lázaro se trata de uma parábola especial em que é toda construída tendo como base a vida após a morte. A partir desse pano de fundo Jesus estrutura a parábola e a conduz. A parábola cita nomes por isso eu considero especial pois as demais não citam.

A referida narrativa nos apresenta a imortalidade da alma em duas etapas a primeira é no versículo 22 onde o mendigo é "levado pelos anjos" até o Seio de Abrãao e no versículo 23 temos o rico em tormentos indicando assim em ambos os casos seres pessoais conscientes.

No versículo 24 o rico clama ao Pai Abrãao para que o mesmo tenha misericórdia e no versículo 25 Abrãao responde e depois no versículo 29 Moisés e os profetas são citados e é justamente na citação de Abrãao, Moisés e os profetas que está a segunda etapa.

Ora , é sabido que no momento em que Jesus falou aquela parábola tanto Abrãao, Moisés e os profetas estavam mortos a aí é importante se fazer uma observação não menos importante de que na verdade eram os corpos de Abrãao, Moisés e dos profetas que estavam mortos mas não as almas deles indicando assim um contraste entre os corpos e as almas imortais.

Um outro ponto importante é que a visão mortalista não tem uma explicação satisfatória e precisa sobre o que realmente significa , simboliza ou representa o "lugar de tormento" do versículo 28, uma vez que na crença mortalista se entende que os elementos ou pelo menos os principais deles na referida parábola devem ter um significado ou simbolizam algo.

O fato de só ter uma passagem citando o"lugar de tormento" não invalida a interpretação imortalista pois só existe um texto que fala no santo batismo cristão sendo feito na santa fórmula da Santíssima Trindade que está em Mateus 28:19.

A passagem fala de Lázaro com um mendigo que "jazia" dando a idéia de que Lázaro estava já nos últimos dias de suas vida e não necessariamente que Lázaro ficou um grande período naquele lugar mas que provavelmente nos momentos finas de sua vida talvez por alguns dias . Tanto é verdade que o texto cita que Lázaro morreu primeiro reforçando assim a idéia de que ele já estava muito, mas muito debilitado mesmo.

Os mortalistas costumam citar 1 Timóteo 6:16 para negar a santa doutrina bíblica da imortalidade da alma argumentando que só Deus possui a imortalidade, porém a passagem requer uma análise mais profunda pois a expressão usada para Deus é " ele só " e se for assim como fica o Santo Deus Filho e o Santo Deus Espírito Santo? Será que Jesus e o Espírito Santo não possuem a imortalidade? Sendo a Santíssima Trindade uma doutrina Bíblica então as 3 Santíssimas Pessoas são Eternas e logicamente possuem a imortalidade.

Um abraço

Luiz
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