• Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

    Mateus 5:44,45

  • Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível

    .

    Mateus 17:20

  • Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?

    Lucas 15:4

  • Então ele te dará chuva para a tua semente, com que semeares a terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante. Naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.

    Isaías 30:23

  • As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem;

    João 10:27

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Verso do dia

Comentário a Romanos 6:8-11

Escrito por  Karl Barth

ROMANOS 6:8-11

Se morremos com Cristo cremos que também vivermos com Ele. Sabemos que Cristo, havendo ressuscitado entre os mortos, não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele, pois sua morte foi a morte para o pecado, que ocorreu uma vez por todas. Sua vida, porém, é vida para deus. Assim, considerai-vos, a vós, também mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus.
"Se morremos com Cristo cremos que também viveremos com ele".


Fé

Está na própria consistência da coisa que a prova da afirmação de que nos é impossível permanecer no pecado (6:1) ressalta do profundo significado que o "morrer em Cristo" tem para o homem do pecado [para o homem velho]; a prova de que é impossível permanecer no pecado está na vigorosa negação que a morte de Cristo significa e além da qual estamos como bem-aventurados, [como contemplados pela graça de Deus].

Se como pecador estou crucificado, morto e sepultado em Cristo, sou idêntico ao "X" que surge além do homem nosso conhecido, do "X" que foi "isolado", posto em evidência e transportado para o outro lado de nossa equação, com o sinal positivo!

Contudo, é preciso ficar muito claro que o que a negação, que a crucificação, a morte e o sepultamento do pecador representam é uma conseqüência do divino "SIM", para que não compreendamos mal o que ficou dito sob 6:4. A força viva que domina essa negação – [e que se fundamenta no "SIM" de Deus, na sua aceitação do homem para reconciliá-lo com ele, em Cristo] é um poder que cancela todo o "SIM" e todo o "NÃO" do MUNDO; ela extingue a diferença existente entre "aquém" e "além"; ela faz desaparecer a correlação "tanto... quanto"; ela elimina a dualidade, a diferença de potencial [a tensão], a polaridade; ela cancela toda alogenia* e toda antinomia.

Esta negação é, na realidade, uma "impossibilidade positiva" que, até aqui, muitas vezes foi confundida com simples negação ao pecado.

"Se morremos com Cristo, então cremos"... "Crer"! Portanto, a fé é o primeiro e último, o único, o decisivo ingrediente da psicologia da graça. É pela crença – ou é pela fé – que o ser humano se vê restabelecido em Deus, embora, por enquanto, ainda não o seja.

A fé é o passo inigualável que, uma vez dado, é irreversível; não pode mais ser desfeito; é o passo com o qual o crente transpõe a linha da divisa existente entra a velha e a nova criatura, entre o mundo velho e o mundo novo. Fé é a plenitude do paradoxo humano: é vacuidade absoluta de conteúdo material e a plena locupletação de conteúdo divino; ela emudece o homem, proclama a sua ignorância e o reduz à expectativa, mas é também a voz de Deus, a revelação de sua sabedoria e sua obra eficaz; [resposta à ansiedade humana]. A fé é [o final das coisas materiais], o ponto final do caminho [da criatura neste mundo], mas é também [o início do que é divino] – o começo do caminho, a inflexão, a reviravolta, o retorno [que leva a "nova-criatura" a Deus].

É a fé que desloca o aparente equilíbrio entre o "SIM" e o "NÃO"!!, entre a graça e o pecado, entre o bem e o mal.

Se morremos em Cristo, vemos a nossa problemática à luz que vem da cruz; [vemos a incerteza e a insegurança de nossa vida] como sendo um meio necessário para percebermos [o começo de nossa existência em Deus para além do fim de nossa existência terrena]; no fim do homem, - o começo de Deus; para reconhecermos a luz do amor de Deus no furor da tempestade da ira divina.

Para quem crê, tem lugar a primitiva existência do homem em Deus. Para quem crê acontece o passo inigualável, dá-se o retorno que já não pode mais ser desfeito e que, mais do que essa irreversibilidade, sequer permite que o ser [assim reconciliado com Deus], volva os olhos para trás.

- Em que cremos, pois, se a nossa fé, à luz do momento crítico, à luz da cruz de Cristo, não for apenas aparência, mas realidade; não for apenas vacuidade, porém fidelidade divina?

- Cremos que Cristo morreu em nosso lugar e, portanto, nós morremos com ele. Cremos em nossa identidade com o "homem novo" que surge além da morte na cruz; cremos em nossa existência eterna, baseados no conhecimento que temos da morte, sabendo que nossa vida está fundamentada em Deus, pela ressurreição. Cremos que "viveremos com Ele"! Cremos também em nós mesmos, como sendo o "sujeito" invisível deste "FUTURUM RESSURRECTIONIS".

Esta fé, com todos os entraves que lhe são inerentes, com todas as reservas e com todos os sinais de interrogação e exclamação que comporta, é a "nossa" fé!

Esta nossa fé, inteiramente estranha à psicologia usual, é justamente o que torna impossível admitir a existência do pecado junto com a graça. "Se crês, tens"! se cremos estamos desvinculados do pecado.

"Sabemos que Cristo, havendo ressuscitado de entre os mortos, não morre mais; "a morte já não tem poder sobre ele".

Fé é a ousadia de sabermos o que Deus sabe e, por isso, também a de ignorarmos o que ele ignora. [Deus sabe todas as coisas dos céus e da terra: deste cosmos imenso do qual o nosso sistema solar é um átomo ou melhor, nem é sequer, um átomo do pó; Deus conhece as leis físicas e psicológicas; morais e espirituais; tudo ele sabe e conhece, pois tudo e a todos Ele criou; é a obra maravilhosa, perfeita, e do agrado do próprio Deus. Dela não conhecemos nem um "dx de dx"; nem diferencial de diferencial; NADA conhecemos. O que quer o A. dizer, pois? Entendo que, ele se refere ao conhecimento de nós mesmos: atrevemo-nos, pela fé, a conhecer de nós o que Deus conhece; a nossa insuficiência perante Ele; a distância intransponível que nos separa de Deus; a nossa situação não apenas lastimável mas totalmente perdida pela suserania do pecado em nossa vida e pela nossa sujeição irrecorrível à lei da morte. É isto o que ousamos saber, juntamente com Deus e "ousamos" apenas pela fé; nunca diretamente, pois de outra forma seria arrogância nossa, a manifestação da milenar tendência da raça de se comparar com Deus, de se igualar a ele.

Todavia, mediante nossa reconciliação com Deus, em Jesus Cristo, ele nos perdoou cabalmente; transformou nossos pecados, vermelhos como o escarlate, na alvura da mais branca lã; perdoou, transformou, esqueceu! (Heb 10:17). "De nenhum modo me lembrarei de seus pecados". Ainda pela fé, reconciliado com Deus, o homem "ousa" ignorar os seus pecados, como Deus, SPONTE SUA**, resolveu ignorá-los e de fato os ignora].

A ousadia consiste no fato de que, humanamente, essa possibilidade nem sequer entra em cogitação; essa possibilidade apenas é admissível porque ela constitui o substrato de todas as possibilidades humanas; porque é a possibilidade que resta ao homem junto a Deus e em Deus, depois de todas as outras possibilidades se haverem esgotado.

Crer significa parar, calar, adorar, ignorar. [Pela fé], a diferença qualitativa entre Deus e os homens torna-se inconfundível.

KARL BARTH, “Carta aos Romanos”, Ed. Novo Século, 2003, págs. 308/311

*Alógeno (Dicionário Houaiss):

Rubrica: geologia.

que ou o que teve origem em local diferente de onde atualmente se encontra (diz-se de componente de rocha)

** "sponte sua" = expressão latina, que significa "por vontade própria"

(KARL BARTH, Carta aos Romanos, Ed. Novo Século, 2003, págs. 308/311)

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