• Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

    Mateus 5:44,45

  • Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível

    .

    Mateus 17:20

  • Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?

    Lucas 15:4

  • Então ele te dará chuva para a tua semente, com que semeares a terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante. Naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.

    Isaías 30:23

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Verso do dia

Muçulmanos deveriam recorrer a Bart Ehrman?

Escrito por  Gustavo
Alcorão aberto

Nos últimos anos, testemunhamos um crescente interesse pela crítica textual do Novo Testamento. Isto se deve principalmente à publicação dos livros de Bart D. Ehrman nesta área. No entanto, Ehrman não está preocupado em mostrar para seus leitores como o trabalho da crítica textual é feito. Seu propósito maior é disseminar seu ceticismo exagerado como forma de crítica às Escrituras. Segundo ele, não temos nenhuma garantia que a Bíblia que possuímos é realmente a mensagem deixada pelos apóstolos.

Tal ceticismo pode ser notado em algumas afirmações que ele tem feito e que somente em seu último debate com Daniel B. Wallace ele desmentiu:


No confronto direto que se seguiu, eu deixei de pedir a Bart que defina o que ele precisava para acreditar que nós temos o texto original do NT. Isto foi perguntado em nosso debate em outubro passado e Bart disse que ele precisaria ver 10 manuscritos de Marcos, escritos dentro de uma semana depois do autógrafo e tendo não mais do que 0,001% de desvio. Eu chamei a atenção dele sobre este ceticismo na TC-List e ele admitiu que falou de improviso e que foi um exagero. Eu notei que a questão feita tinha a ver com o mínimo que ele precisaria para acreditar, assim que se ele exagerou ele não estava realmente respondendo a pergunta. Depois, eu notei que já que há somente 57000 letras em Marcos, para exigir não mais do que 0.001% de desvio significaria no máximo a metade de uma letra!1

Quando será que Ehrman se deu conta de seu exagero? Será que foi depois que Wallace demonstrou que o padrão dele permitia erro máximo de metade de uma letra? Ou será que foi algo espontâneo? Não sabemos como foi, mas o fato dele somente agora reconhecer o exagero mostra como é sua metodologia: apegue-se ao máximo de ceticismo que puder, sempre.

E como não poderia deixar de ser, os esforços de Bart Ehrman despertaram a simpatia de muitos grupos que criticam a Bíblia como Palavra de Deus. É natural pensar no ateísmo como principal beneficiado por Bart Ehrman, mas outro grupo, muito estranhamente, também tem aproveitado suas críticas em benefício próprio: os muçulmanos.

O fenômeno acontece bastante nos Estados Unidos, onde há um esforço missionário maior por parte dos muçulmanos. Mas há no Brasil também alguns que utilizam dos livros de Bart Ehrman para questionar a confiabilidade da Bíblia. Um exemplo é o blog A Nova Cruzada, de autores muçulmanos, que faz uso de Bart Ehrman para defender que a Bíblia foi corrompida:

Bart D. Ehrman, é um dos maiores eruditos do mundo no assunto, Ph.D. em Teologia pela Universidade de Princeton, dirigente do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte - USA, e autor de diversos livros tais como: O que Jesus disse: O que Jesus não disse? - "Quem Mudou a Bíblia e Por que", "Quem Jesus foi? Quem Jesus não foi?", "Os Evangelhos Perdidos".

Sobre as alterações bíblicas ele diz:

"Como digo em O que Jesus disse? O que Jesus não disse?, desde o início a questão fundamental para mim era o fato histórico de que não temos os textos originais de nenhum livro da Bíblia, apenas cópias feitas posteriormente - na maioria dos casos, muitos séculos depois. Para mim, passou a fazer cada vez menos sentido pensar que Deus tinha inspirado as palavras exatas do texto se na verdade não temos essas palavras, se os textos de fato foram modificados em milhares de pontos - a maioria das mudanças insignificantes, mas muitas delas verdadeiramente importantes.

(Excerto retirado do Livro: Quem Jesus foi? Quem Jesus não foi? - Editora Pocket Ouro).2

O autor destaca neste trecho justamente um dos pontos principais da crítica de Bart Ehrman: nós não temos os textos originais, apenas cópias feitas muito tempo depois. O site União Islâmica traz o seguinte trecho, retirado de outro livro de Bart Ehrman:

O trabalho de Bart Ehrman, The Orthodox Corruption of Scripture (A Corrupção Ortodoxa da Escritura, em tradução livre) identificou como a escritura foi mudada ao longo do tempo. Ele afirma sua tese, que ele prova com detalhes, na abertura: “A minha tese pode ser declarada de forma simples: escribas ocasionalmente alteraram as palavras de seus textos sagrados para fazê-los mais patentemente ortodoxos e prevenir o mau uso por cristãos que abraçavam opiniões aberrantes.”3

O mesmo autor é ainda usado no site Descobrindo o Islã, para defender que a Bíblia não é a palavra de Deus4.

Estes exemplos nos mostram como os muçulmanos estão utilizando o trabalho de Ehrman para questionar a Bíblia como Palavra de Deus. Mas será que eles deveriam confiar tanto assim em Bart Ehrman? Há dois pontos que os muçulmanos deveriam considerar com relação a esta sua mais nova fonte.

O primeiro ponto que deveriam considerar é a própria forma como a Bíblia é tratada pelo Sagrado Alcorão. É curioso como o site Descobrindo o Islã diz ter provado que a Bíblia não é a palavra de Deus apenas argumentando com base na autoria dos livros bíblicos. Sabemos, por exemplo, que o Sagrado Alcorão possui uma visão bem otimista das Escrituras. Na quinta Surata, por exemplo, discute-se as intenções de alguns judeus que procuravam a opinião do Mensageiro:

Por que recorrem a ti por juiz, quando têm a Tora que encerra o Juízo de Deus? E mesmo depois disso, eles logo viram as costas. Estes em nada são fiéis. Revelamos a Tora, que encerra Orientação e Luz, com a qual os profetas, submetidos a Deus, julgam os judeus, bem como os rabinos e os doutos, aos quais estavam recomendadas a observância e a custódia do Livro de Deus. Não temais, pois, os homens, e temei a Mim, e não negocieis as Minhas leis a vil preço. Aqueles que ao julgarem, conforme o que Deus tem revelado, serão incrédulos. Nem (a Tora) temo-lhes prescrito: vida por vida, olho por olho, nariz por nariz, orelha por orelha, dente por dente e as retaliações tais e quais; mas quem indultar um culpado, isto lhe servirá de expiação. Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem revelado serão iníquos. E depois deles (profetas), enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho, que encerra orientação e luz, corroborante do que foi revelado na Tora e exortação para os tementes. Que os adeptos do Evangelho julguem segundo o que Deus nele revelou, porque aqueles que não julgarem conforme o que Deus revelou serão depravados. - Sagrado Alcorão 5:43-47

O Sagrado Alcorão aqui condena a prática de alguns judeus que levavam seus casos ao Mensageiro para posteriormente ridicularizá-lo. E no ato de condená-los, o Sagrado Alcorão comenta que eles possuem a Torá, assim que nem precisariam de consultá-lo, já que ali está “encerrado o Juízo de Deus”. Este texto foi escrito 600 anos depois de Cristo e é interessante como o Sagrado Alcorão diz que a Torá dos judeus daquela época foi revelado por Deus e é suficiente para julgar os judeus, rabinos e doutos.

Da mesma forma o texto ainda diz que Jesus e seu Evangelho é enviado por Deus, corroborando a Torá. E mais do que isto, o texto diz ainda que os adeptos do Evangelho (cristãos) devem julgar segundo o que Deus nele revelou, indicando que o Evangelho também é uma revelação divina, isto com 600 anos depois de Cristo. Mesmo se admitíssemos alguma alteração entre os primeiros manuscritos sobreviventes e os originais, coisa que é bem difícil de se provar, o texto que o Sagrado Alcorão chama de revelado por Deus é o texto que temos hoje.

Na mesma Surata, temos mais declarações positivas sobre o texto bíblico:

Mas se os adeptos do Livro tivessem acreditado (em Nós) e temido, tê-los-íamos absolvido dos pecados, tê-los-íamos introduzido nos jardins do prazer. E se tivessem sido observantes da Tora, do Evangelho e de tudo quanto lhes foi revelado por seu Senhor, alimentar-se-iam com o que está acima deles e do que se encontra sob seus pés. Entre eles, há alguns moderados; porém, quão péssimo é o que faz a maioria deles! Ó Mensageiro, proclama o que te foi revelado por teu Senhor, porque se não o fizeres, não terás cumprido a Sua Missão. Deus te protegerá dos homens, porque Deus não ilumina os incrédulos. Dize: Ó adeptos do Livro, em nada vos fundamentareis, enquanto não observardes os ensinamentos da Tora, do Evangelho e do que foi revelado por vosso Senhor! Porém, o que te foi revelado por teu Senhor, exacerbará a transgressão e a incredulidade de muitos deles. Que não te penalizem os incrédulos. Os fiéis, os judeus, os sabeus e os cristãos, que creem em Deus, no Dia do Juízo Final e praticam o bem, não serão presas do temor, nem se atribularão. - Sagrado Alcorão 5:65-69

Continuando então a condenar judeus e cristãos, o Sagrado Alcorão se lamenta por estes não seguirem seus livros referidos aqui por Torá e Evangelho. Novamente aqui estes dois são considerados revelação do Senhor, e insta cristãos e judeus a observarem sua Torá e Evangelho. O textos disponíveis para cristãos e judeus 600 anos depois de Cristo são os mesmos que possuímos hoje e que Bart Ehrman considera adulterados. Por que o Sagrado Alcorão os recomendaria para cristãos e judeus?

Esta questão se torna ainda mais interessante quando observamos que o próprio Sagrado Alcorão diz para o muçulmano que ele deve declarar fé naquilo que foi revelado ao Povo do Livro (cristãos e judeus):

E não disputeis com os adeptos do Livro, senão da melhor forma, exceto com os iníquos, dentre eles. Dizei-lhes: Cremos no que nos foi revelado, assim como no que vos foi revelado antes; nosso Deus e o vosso são Um e a Ele nos submetemos. - Sagrado Alcorão 29:46

Tendo em vista este cenário de otimismo em relação à Bíblia, fica difícil entender por que os muçulmanos têm procurado questionar a confiabilidade bíblica, recorrendo ao trabalho de Bart Ehrman. É verdade que os muçulmanos sempre acusaram cristãos e judeus de corromperem a Bíblia, mas isto tradicionalmente foi entendido como uma corrupção de interpretação, ao invés de uma corrupção textual. James White, diretor do Alpha And Omega Ministeries e apologeta cristão, nos explica em seu blog como se deu esta mudança:

Muito da apologética muçulmana contra o Cristianismo hoje é baseado no que aconteceu em Agra, Índia, em 1854. Um homem chamado Ramat Allah rompeu com a tradição anterior e atacou a confiabilidade da Bíblia usando as formas modernas e destrutivas de redação crítica prevalecente particularmente na erudição europeia, especialmente alemã. Indo contra as visões de escritores populares muçulmanos de seus dias, como Shah Wali Allah (1703-1762) e Sayyid Ahmad Khan (1817-1898), os quais viam as acusações de corrupção feitas pelo Alcorão como primariamente se relacionando à interpretação, não à alteração do texto escrito, Ramat Allah popularizou o uso do criticismo liberal europeu como meio de derrotar missionários cristãos operando na Índia. Enfraqueça a confiança no texto da Bíblia e você silenciará o testemunho cristão. Ramat Allah (seu nome também é pronunciado Ramatullah) escreveu um trabalho vitalmente importante, Izhar ul-Haqq, um trabalho que até mesmo Ahmed Deedat admite que o influenciou enormemente.5

Assim, os muçulmanos passaram a atacar a confiabilidade bíblica por adotar a teologia liberal europeia. E assim como a teologia liberal está comprometida com a desconstrução do texto bíblico, os próprios muçulmanos tiveram que desconstruir a visão tradicional do Islã a respeito da Bíblia, para adotá-la. Desta forma podemos entender por que eles têm apelado a Bart Erhman para atacar a confiabilidade bíblica.

Então o primeiro ponto que deveriam considerar é a própria visão demonstrada pelo Alcorão, que entra em conflito com aquilo que Bart Ehrman defende.

O segundo ponto a se considerar é as consequências que as ideias de Bart Ehrman podem ter, não apenas para a Bíblia, mas para o próprio Sagrado Alcorão. O trecho citado pelo blog A Nova Cruzada acima, traz um ponto interessante que é argumentado por Ehrman:

Como digo em O que Jesus disse? O que Jesus não disse?, desde o início a questão fundamental para mim era o fato histórico de que não temos os textos originais de nenhum livro da Bíblia, apenas cópias feitas posteriormente - na maioria dos casos, muitos séculos depois. Para mim, passou a fazer cada vez menos sentido pensar que Deus tinha inspirado as palavras exatas do texto se na verdade não temos essas palavras, se os textos de fato foram modificados em milhares de pontos - a maioria das mudanças insignificantes, mas muitas delas verdadeiramente importantes.

Aqui observamos que para Ehrman, o fato de não termos os originais é um problema sério para a inspiração bíblica. Se temos apenas cópias, pergunta ele, como garantir que temos o texto original? Em um debate que ele teve com James White, sobre as Escrituras, ele diz:

E sobre os copistas que copiavam antes das cópias sobreviventes? Devemos acreditar que de repente eles eram virtualmente perfeitos? Eu não acho. Eu acho que de fato, eles provavelmente mudaram seus manuscritos bastante. Qual é a evidência? Os manuscritos antigos sobreviventes diferiam bastante.6

Bart Ehrman ressalta bastante a ideia de que entre o manuscrito original e as cópias que possuímos, pode ter havido muita modificação. O fato de não termos as cópias entre o original e as cópias mais antigas que possuímos para Ehrman é um dos problemas principais para a confiabilidade do texto bíblico. Seu ceticismo exagerado o faz acreditar que, mesmo em um espaço de tempo curto e sem uma organização centralizada com o propósito de modificar o texto, haveria mudanças fundamentais no texto original a ponto de o tornar irreconhecível.

Mas se esta opinião dele for válida, ela deveria se aplicar a qualquer texto na mesma situação, não é mesmo? Dos textos antigos, a Bíblia é o texto que possui manuscritos sobreviventes com data mais próxima do texto original. Textos antigos como as Ilíadas, os textos de Platão ou Aristóteles, todos estes poderiam muito bem sofrer as mesmas críticas.

Mais do que isto, as pressuposições de Bart Ehrman poderiam muito bem ser aplicadas ao próprio Sagrado Alcorão. Como os muçulmanos que já usam Bart Ehrman contra a Bíblia poderiam evitar que as ideias dele fossem aplicadas ao Sagrado Alcorão? A Bíblia é considerada revelação pelo Sagrado Alcorão, e mesmo assim eles se sentem livres para questionar sua confiabilidade.

Mas o caso do Sagrado Alcorão possui um agravante: há de fato uma revisão do texto do Alcorão, feita por Uthman ibn Affan, conhecido por Otman em português, que foi o terceiro califa muçulmano. E depois que a revisão foi feita, todos os outros manuscritos foram queimados.

A Hadith registrada segundo Sahih Al-Bukhari, 6.507, por exemplo, conta como na revisão de Otman, todos os dialetos foram suprimidos e apenas o dialeto de Quraish foi usado:

(O Califa 'Uthman ordenou Zaid bin Thabit, Said bin Al-As, 'Abdullah bin Az-Zubair e 'Abdur-Rahman bin Al-Harith bin Hisham a escrever o Alcorão na forma de um livro (Mushafs) e disse a eles. "Caso vocês entrem em desacordo com Zaid bin Thabit (Al-Ansari) a respeito de qualquer declaração dialética arábica do Alcorão, então o escreva no dialeto de Quraish, pois o Alcorão foi revelado neste dialeto". E assim eles o fizeram.7

Ali se trata da revisão de Otman. Na mesma Hadith, em 6.509, se descreve como Zaid bin Thabit reuniu todo o Sagrado Alcorão que foi usado por Otman para sua revisão:

Abu Bakr As-Siddiq me enviou quando o povo de Yamama foi morto (isto é, um número de Companhias do Profeta que lutaram contra Musailama). (Eu fui até ele) e encontrei 'Umar bin Al-Khattab sentado com ele. Abu Bakr então disse (para mim), "Umar veio a mim e disse: "Casualidades foram grandes entre os Qurra' do Qur'an (isto é, aqueles que conhecem o Alcorão de coração) no dia da Batalha de Yalmama, e eu temo que mais grandes casualidades possam se dar entre os Qurra' em outros campos de batalha, onde uma grande parte do Qur'an possa se perder. Então eu sugiro que tu (Abu Bakr) ordenes que o Qur'an seja recolhido". Eu disse para 'Umar, "Como podes fazer algo que o Apóstolo de Allah não fez?" 'Umar disse, "Por Allah, este é um bom projeto". 'Umar continuou a me encorajar a aceitar sua proposta até que Allah abriu meu peito para isto e eu comecei a me dar conta do bem na ideia que 'Umar percebeu." Então Abu Bakr disse (para mim). 'Tu és um jovem sábio e nós não temos nenhuma suspeita sobre ti, e costumavas escrever a Divina Inspiração para o Apóstolo de Allah. Então tu deverias buscar pelo (os escritos fragmentários do) Qur'an e colecioná-los em um livro." Por Allah se eles tivessem me ordenado a mover uma das montanhas não teria sido mais pesado para mim do que me ordenar reunir o Qur'an. Então eu disse para Abu Bakr, "Como podes fazer algo que o Apóstolo de Allah não fez?" Abu Bakr respondeu, "Por Allah, este é um bom projeto". Abu Bakr continuou a me encorajar a aceitar sua ideia até que Allah abriu meu peito para aquilo que Ele abriu os peitos de Abu Bakr e 'Umar. Então eu comecei a buscar pelo Qur'an e reuni-lo de (o que estava escrito em) talos finos, finas pedras brancas e também de homens que o conheciam de coração, até que eu encontrei o último Verso de Surat At-Tauba (Arrependimento) com Abi Khuzaima Al-Ansari e eu não o encontrei com ninguém além dele. O Verso é:

'Verdadeiramente veio a vós um Apóstolo (Muhammad) dentre vós mesmos. Aflige-lhe que vós recebais qualquer injúria ou dificuldade.(até o final da Surat-Baraa' (At-Tauba) (9.128-129) Então os manuscritos completos (cópia) do Qur'an ficaram com Abu Bakr até que ele morresse, então com 'Umar até o fim de sua vida e então com Hafsa, a filha de 'Umar.8

Então, posteriormente, Otman ordena fazer cópias dos manuscritos em poder de Hafsa. Todos os outros manuscritos que fossem encontrados deveriam ser queimados, como descreve a mesma Hadith, em 6.510:

Hudhaifa bin Al-Yaman veio a Uthman no tempo em que o povo de Sham e o povo do Iraque estavam travando batalha para conquistar Arminya e Adharbijan. Hudhaifa temia por suas (o povo de Sham e Iraque) diferenças na recitação do Qur'an, então ele disse para 'Uthman, "Ó chefe dos Fiéis! Salve esta nação antes que eles divirjam sobre o Livro (Qur'an) como os Judeus e os Cristãos fizeram antes". Então 'Uthman enviou uma mensagem para Hafsa dizendo, "Nos envie os manuscritos do Qur'an para que nós compilemos os materiais do Qur'an em cópias perfeitas e retornemos os manuscritos para você". Hafsa os enviou para 'Uthman. 'Uthman então ordenou Zaid bin Thabit, 'Abdullah bin AzZubair, Said bin Al-As e 'AbdurRahman bin Harith bin Hisham para reescrever os manuscritos em cópias perfeitas. 'Uthman disse para os três homens Quraishi, "Caso vocês entrem em desacordo com Zaid bin Thabit em qualquer ponto do Qur'an, então escrevam ele no dialeto de Quraish, o Qur'an foi revelado em sua língua". Eles fizeram assim e quando eles fizeram muitas cópias, 'Uthman devolveu os manuscritos originais a Hafsa. 'Uthman enviou para cada província Muçulmana uma cópia do que eles copiaram e ordenou que todos os outros materiais do Qur'an, seja escritos em manuscritos fragmentários ou cópias completas, fossem queimados. Said bin Thabit adicionou, "Deixei um verso do Surat Ahzab quando nós copiamos o Qur'an e eu costumava ouvir o Apóstolo de Allah recitando-o. Então nós buscamos por ele e o encontramos com Khuzaima bin Thabit Al-Ansari. (Aquele Verso era): 'Entre os Fiéis há homens que têm sido verdadeiros em sua aliança com Allah'. (33.23)9.

Temos portanto uma descrição oficial de como o terceiro califa muçulmano unificou o texto do Alcorão, queimando todos os outros manuscritos existentes. A intenção era que os muçulmanos não discutissem sobre seu texto sagrado assim como cristãos e judeus faziam, no entanto, este é exatamente o cenário que os críticos acham ideal para a corrupção de um texto. O que Bart Ehrman pensaria então disto? A seguir este raciocínio, portanto, alguém pode ser levado a concluir que o texto consolidado do Sagrado Alcorão por Otman possui bem menos confiabilidade do que a Bíblia.

Assim, quando o muçulmano usa Bart Ehrman contra as Escrituras, ele atira no próprio pé, usando um argumento que facilmente minaria a própria confiabilidade de seu texto sagrado. Trata-se portanto de um caso de dois pesos e duas medidas. E por este motivo também o muçulmano não deveria recorrer a Bart Ehrman para fazer críticas à confiabilidade bíblica, a menos que deseje ver seu próprio texto ser questionado com as mesmas bases.

Curiosamente Bart Ehrman evita declarar qualquer coisa sobre o Sagrado Alcorão. Em uma de suas apresentações, ele foi questionado sobre este livro, que podemos ver no vídeo abaixo:

Como podemos ver, ele só irá se pronunciar sobre o Sagrado Alcorão quando ele perder o amor pela vida. Isto nos diz muito sobre o que ele pensa sobre o assunto.

Notas

1.http://www.reclaimingthemind.org/blog/2012/02/wallace-vs-erhman-round-three/

2.http://anovacruzada.blogspot.com.br/2012/02/biblia-foi-realmente-corrompida.html

3.http://www.uniaoislamica.com.br/index.php?r=conteudo/view&id=528

4.http://descobrindooislam.blog.br/?p=327

5.http://www.aomin.org/aoblog/index.php?itemid=5042

6.http://mp3.aomin.org/805Transcript.pdf

7.http://www.sultan.org/books/bukhari/061.htm

8.http://www.sultan.org/books/bukhari/061.htm

9.http://www.sultan.org/books/bukhari/061.htm

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