• Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

    Mateus 5:44,45

  • Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível

    .

    Mateus 17:20

  • Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?

    Lucas 15:4

  • Então ele te dará chuva para a tua semente, com que semeares a terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante. Naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.

    Isaías 30:23

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Santo Antão contra a intercessão dos santos (revisado)

Escrito por  Gustavo
Santo Antão

Há algum tempo postei o trecho da Vida de Antão, escrito por Atanásio de Alexandria, para tratar de da defesa de um padre católico da intercessão dos santos. Desde então muitos vieram ao site para comentar o texto, dizendo que o texto não nega a intercessão dos santos. A quantidade de comentários neste sentido foi grande, o que mostra que o texto original precisava de ser melhor apresentado.

Antes de entrarmos nesta discussão, vamos deixar alguns pontos claros aqui, e que muitos comentários anteriores parecem não ter percebido do texto original:


  • Conhecemos as várias respostas católicas dadas a 1 Timóteo 2:5 sobre se ter um só Mediador (o próprio padre fornece sua resposta de forma jocosa, no vídeo). Não foi objetivo do texto tratar destas interpretações.
  • Reconhecemos que um irmão pode interceder por nós, e que podemos pedir para este irmão orar por nós. Negamos, contudo, que esta intercessão seja igual à intercessão dos santos defendida pelo catolicismo. Não foi objetivo deste texto explicar por que cremos que são diferentes.

A discussão destes dois pontos será feita em local apropriado, uma vez que a intenção deste texto é apenas apresentar um exemplo histórico.

Dito isto, devemos nos perguntar: Afinal de contas, quem foi respondido e o que estava sendo respondido? O padre em questão é o padre Paulo Ricardo, que em um sermão chama os evangélicos de “orgulhosos”1. Abaixo temos uma transcrição de seu sermão:

E por que eu preciso dela, por que que eu não posso ir direto para Deus, padre Paulo? Larga de ser orgulhoso, oh, criatura! Por que é que você tem que ser direto? Isso é o negocio, assim, é o princípio protestante, é um princípio orgulhoso. Veja, eu, eu sou orgulhoso. Padre Paulo Ricardo, eu, pessoalmente. Mas a minha religião não é orgulhosa. A minha religião, ela é humilde, ela me ensina a humildade. A minha religião me ensina a eu me inclinar na frente de um pecador, que é um outro padre, que é meu bispo e beijar a mão daquele pecador e acreditar que aquela mão é instrumento de santificação, acreditar que aquela mão de pecador pode ser sinal da mão chagada do ressuscitado. Eu sou orgulhoso, mas a minha religião não é orgulhosa, ela me ensina a humildade. Existe protestante humilde, mas não existe protestantismo humilde. O protestantismo é orgulhoso. O princípio protestante é orgulhoso, é soberbo. O princípio protestante é “eu não preciso de ninguém, eu vou para Deus direto”. Isto é um orgulho, isto é uma soberba. E se Deus quer que você use os outros, as criaturas humanas frágeis, o que é que você faz, oh, otário? Está entendendo? Se você é protestante, seja humilde, mas saiba, sua religião não é. A sua religião não é humilde. Por que você, “não, eu vou direto para Deus, eu não preciso de Maria, eu não preciso de padre, eu não preciso do papa, eu não preciso da igreja, eu não preciso dos sacramentos, eu não preciso de ninguém...”

Observamos acima que a crítica do padre é contra o acesso direto a Deus que o protestante possui. Orar direto a Deus é, na opinião do padre, ser orgulhoso. E é aqui que apresentamos o texto de Atanásio, nos falando sobre Santo Antão, um pai do deserto, que vivia uma vida ascética. Por realizar muitos milagres, muitos o buscavam por ajuda. No livro A vida e conduta de Santo Antão, de Atanásio, há o registro de um homem que o buscou para que ele orasse a Deus por sua filha:

Antão livra do demônio a filha de um oficial

48. Assim retirado, tendo-se fixado algum tempo a passar sem sair nem receber ninguém, Antão foi importunado por certo Martiniano, oficial, cuja filha era atormentada pelo demônio. Esse homem permaneceu longo tempo batendo à sua porta e suplicando-lhe que viesse e orasse a Deus pela menina. Antão não quis abrir-lhe, mas inclinando-se do alto, disse-lhe: “Homem, por que gritas por mim? Sou um homem como tu. Mas se crês em Cristo, que eu adoro, vai, ora a Deus com fé, e tua súplica será ouvida”. Logo o homem acreditou, invocou a Cristo e partiu: sua filha estava purificada do demônio.

Cristo, que disse: “Pedi e vos será dado” (Mt 7,7), fez por meio de Antão muitas outras obras. A maioria dos que sofriam (e vinham) dormia do lado de fora de seu mosteiro, por que não lhes abria a porta. Eles acreditavam, oravam com ardor e eram purificados.2

Assim, temos Antão dizendo para Martiniano que ele deveria orar direto para Deus. Será que Antão estaria estimulando o orgulho em Martiniano?

Não só isto, mas o motivo que Antão dá para Martiniano para que ele ore direto a Deus é que “Sou um homem como tu”. Antão sequer pensou que possuía mais méritos que Martiniano, mesmo com tudo que nos é apresentado por Atanásio antes deste episódio. Antão sequer pensou que Martiniano deveria pedir a intercessão de algum santo que tivesse mais méritos que o próprio Martiniano. Para Antão, se Martiniano tinha fé em Cristo, isto já lhe bastava.

Notas

1. O vídeo pode ser visto aqui:

.

2. Santo Atanásio, Vida e Conduta de Santo Antão, Coleção Patrística, Editora Paulus, página 333.

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Comentários   

0 #9 Bruno Neves 30-09-2016 18:26
Paz do Senhor, Gustavo.
Parabéns pelo texto.

Eu escrevi um simples texto que responde o dogma romano acerca da intercessão dos santos. O título do estudo é: Jesus, o Intercessor celestial por excelência

Como você pretende escrever algo sobre o assunto, acredito que esse estudo pode agregar algum valor.

Atenciosamente,
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0 #8 Bruno Neves 30-09-2016 18:18
Prezado, Gustavo.
Paz do Senhor!

Escrevi um texto com o título: Jesus, o Intercessor celestial por excelência

Você quer que eu o envie? Talvez esse estudo lhe agregue algum valor, já que você pretende escrever algo sobre a intercessão dos santos.

Atenciosamente,
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+1 #7 Rodiney 12-06-2016 20:54
Entendo a postura do pe Paulo Ricardo. Ele representa o segmento mais conservador da ICAR junto com Olavo de Carvalho. Mesmo se apresentássemos um sem número de refutações, ele não abriria mão de seus fundamentos. Para esse segmento, a verdade não é o objetivo, mas a tradição da igreja romana.
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0 #6 Francisco Lima 09-06-2016 13:58
Pena que o discurso do Padre Paulo Ricardo não me parece ter sido humilde (se bem que ele mesmo afirma sobre si que não é humilde, mas a sua religião é). É perceptível o ataque aos protestantes na forma como os classifica o padre Paulo Ricardo.... isso cheira a inimizade, e se der corda frouxa, passaria para a prática da perseguição, como quando a Igreja (institucional, não a de Cristo) esteve no poder.... que pena. Assusta até.... não v ejo amor em nenhum dos lados, somente ódio e uma religião de intrigas... o amor vivido por Jesus passa longe de ambos os grupos....
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0 #5 Gustavo 25-02-2016 22:03
Olá, José Renato Leal.

Quando escrevi este texto, tinha sim me baseado no vídeo do padre Paulo Ricardo. Na época eu não pretendia dar mais visibilidade ao padre, e por isto deixei a referência de fora, o que revelou ser uma má escolha. Você não é o único que veio questionando o texto, e sem a referência o texto perde boa parte de seu peso.
Assim sendo, resolvi editar o texto, para incluir as palavras do padre e fazer a comparação do que o padre disse com as palavras registradas por Atanásio. Acredito que será muito mais frutífero assim.
Adicionalmente, pretendo escrever algo sobre a intercessão dos santos, que me pareceu um assunto bem interessante de se tratar.
Assim, as coisas que você me questionou serão respondidas pelos textos que pretendo escrever.

Abraços.
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0 #4 José Renato Leal 04-01-2016 13:28
Entendi o que quis dizer. Não assisti o vídeo do “padre”. É o pe. Paulo Ricardo? De qualquer modo, quanto à acusação de orgulho, é certo que na sua frase “orar por si é orgulho” falta o advérbio “apenas” depois do verbo “orar”. Talvez o padre tenha dito que orar apenas por si mesmo, isto é, rejeitando a intercessão dos santos, é orgulho. Pressupondo que ele realmente tenha dito isso, faria uma ressalva ao padre, sem excluir de todo a lógica interna do seu argumento: não chamaria de orgulhoso em todo caso, dado que a conduta do protestante pode se dar por um desejo sincero de fazer a vontade de Deus. Sobre 1Tm 2,5, a Igreja Católica presta assentimento. Só um mediador entre Deus e o homem: Jesus. O que isto significa? Que toda relação entre o Céu e a terra se dá APENAS POR CAUSA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Pensa o protestante: não devemos pedir intercessão ao remido e/ou o remido não é capaz de interceder, pois Cristo é o único mediador. Errado. O remido pode interceder, nós podemos pedir sua intercessão e esta intercessão pode ser eficaz. E são os méritos de Nosso Senhor se tornam isto possível. Se há um Purgatório, é porque os méritos de Nosso Senhor o tornam possível. Sem Cristo, não há intercessão dos santos, nem Purgatório. Tanto um como outro são meios pelos quais Deus aplica o Mérito da Cruz aos homens. Portanto, falsa e desonesta é a acusação de que infringimos 1 Tm 2,5. Ao contrário, a realçamos, pois nos valemos de toda multiplicidade de meios dispostos por Deus para nos comunicar graças: orando diretamente a Deus, orando aos santos, recebendo os sacramentos, participando da Missa, recebendo indulgências. E outra: quem disse que, na Igreja Católica, a única modalidade de oração é aquela dirigida aos santos? Isso não existe, nem na doutrina e nem na prática cotidiana. Outra coisa: você disse que o conceito da intercessão dos santos não existia na época de Santo Antão, que viveu entre os séculos 3 e 4. Lamento informar que está enganado. Pesquise.
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0 #3 Gustavo 03-01-2016 19:19
Olá, José Renato Leal.

Acredito ter deixado bem claro qual o argumento que estou refutando com a citação acima (e que de forma alguma é o que você apresenta como meu argumento). Certo padre disse em um vídeo que orar por si é orgulho, e aqui temos um dos "santos" católicos incentivando exatamente este orgulho...

Abraços.
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+1 #2 José Renato Leal 31-12-2015 13:54
O texto não demonstra que Santo Antão não cria na intercessão dos santos. Sendo um homem de inteligência penetrante, S.Antão agiu conforme àquele caso específico. Por razões que apenas Deus e Santo Antão conheciam, convinha que o desfecho do caso se desse exatamente como se deu. Aliás, estamos tratando aqui da intercessão dos remidos no Céu. Não percebe o blogueiro que, levando às últimas consequências a "lógica" apresentada, ele se encontra IMPEDIDO, sob pena de cometer pecado, de orar por quem quer que seja a qualquer tempo.
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0 #1 Luís Santos de Sousa 09-11-2015 23:07
Olá,
Se você tem o costume de rezar para um santo, anjo da guarda ou nossa senhora, para que estes intercedam por você junto a Deus, veja que os cristãos primitivos não tinham esse costume. De acordo com o texto, dá para entender que os cristãos primitivos oravam tão somente a Deus e a Cristo. Um bom exemplo para os católicos repensarem sua fé. Que YHWH iluminem a todos na pessoa de seu filho Yeshua, o nosso Salvador.
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