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Inerrância e o texto do Novo Testamento: Avaliando a lógica da visão Agnóstica

Escrito por  Daniel Wallace
Inerrância bíblica

Sinopse

Este artigo endereça um argumento popular que é usado contra aqueles que mantém uma Bíblia inerrante. Essencialmente, o argumento é colocado como uma questão: “Como você pode clamar ter um texto original inerrante quando nós nem temos mais o texto original?” A princípio, este argumento tem parecido tão compelidor que algumas pessoas nunca o suplantam. Este artigo irá mostrar quais são as pressuposições por trás desta questão e por que elas são falaciosas.

1. O problema

O compromisso doutrinal fundamental da Evangelical Theological Society – a doutrina sob a qual esta sociedade foi fundada em 1949 – é como se segue: “A Bíblia somente, e a Bíblia em sua inteireza, é a Palavra de Deus escrita e então inerrante nos autógrafos”1.

Esta é uma boa representação da moderna doutrina da inerrância. A questão que nós debatemos nesta seção envolve a última palavra da declaração - “autógrafos”. A definição moderna de inerrância geralmente qualifica a doutrina como relacionando-a somente aos manuscritos originais, ou autógrafos. Cópias não são inerrantes, nem as traduções. Mas se clama que os originais são. Esta articulação encontra grande ímpeto em Benjamin B. Warfield, o prolífico teólogo de Princeton, há algumas gerações atrás (1887-1921), notavelmente em seu livro, The Inspiration and Authority of the Bible2.

Mas com esta visão das coisas há uma irritante questão: como poderia alguém acreditar que as Escrituras são inerrantes no original quando nós nem mesmo possuímos os documentos originais? Esta questão é levantada tão frequentemente por aqueles que não abraçam a doutrina da inerrância que tem se tornado quase uma pergunta retórica. A resposta parece óbvia: Nenhum indivíduo pensante poderia manter esta doutrina porque os originais foram perdidos e então a doutrina não pode ser confirmada. Alguém poderia ser no máximo agnóstico sobre tal doutrina. Considere as seguintes declarações para este efeito:

Primeiro, os manuscritos originais não estão acessíveis hoje. Se as Escrituras derivam sua autoridade de sua inspiração e inerrância, então somente os manuscritos originais carregam alguma autoridade, pois as cópias que nós temos agora não são nem inspiradas, nem inerrantes. Isto força a conclusão que cada cristão fiel à Bíblia coloca sua fé em uma autoridade que não existe3.


Se tem frequentemente apontado que se Deus pensasse que era suficientemente importante inspirar a composição de uma Escritura inerrante, Ele certamente teria inspirado sua cópia, de forma que ela permanecesse sem erro. Certamente um Deus que pode inspirar uma composição sem erro também pode inspirar uma cópia sem erro. Já que Ele não o fez, parece que Ele não acha tão importante que nós tenhamos uma Escritura livre de erros. Mas se não é importante para nós, por que foi importante originalmente4?


Presumivelmente se nós pudéssemos recuperar os manuscritos originais de um livro do Novo Testamento, seria muito próximo daquilo que o seu autor intencionava. Mesmo aqui, contudo, o texto poderia não ser completamente correto. Se o autor o escreveu ele mesmo, ele poderia ter cometido erros; se ele o ditou para um escriba, o último poderia ter cometido erros5.

Estas são citações representativas a respeito do ceticismo sobre tal doutrina. E, como mencionado acima, tais questões são quase formadas como retóricas – ou seja, nenhuma resposta é verdadeiramente esperada já que a pessoa perguntando assume que nenhuma resposta pode ser dada. Esta questão é a carta na manga do homem que pensa, e é vista como decisiva e irrefutável. Mas tem-se realmente refletido nela?

Um importante ponto de procedimento aqui: sem se importar se alguém abraça inerrância ou não, este artigo está simplesmente endereçando o argumento do agnosticismo, a saber, que já que os autógrafos não existem ninguém pode realmente clamar a inerrância dos originais. Meu ponto fundamental é que este argumento realmente não é válido, como o que se segue deixará claro. Eu não estou aqui tentando defender, definir ou atacar a inerrância. Eu estou apenas tentando focar na primeira (e algumas vezes única!) objeção a ela pelos céticos, definir se esta linha de raciocínio é válida.

2. A resposta

Em resposta a esta questão, nós vamos notar três coisas. O argumento aqui não deve ser encontrado em nenhum destes aqui, apesar de cada um ser uma unidade auto-contida. Ao contrário, o argumento é indutivo e os pontos são ligados.

Nós começamos com os dados disponíveis hoje para nós, os manuscritos existentes.

a. A quantidade e idade das Testemunhas

Os dados estão crescendo; cada década, e virtualmente cada ano, novos manuscritos (MSS) são descobertos. Atualmente, o número de manuscritos gregos do Novo Testamento está aproximando dos 5700 – muito mais do que qualquer outro texto literário antigo. A média de escritos de escritores clássicos, de fato, são de aproximadamente vinte manuscritos existentes. O Novo Testamento – nos manuscritos gregos apenas – batem este número por quase 300 vezes! Ao lado dos manuscritos gregos, há os latinos, cópticos, siríacos, armênios, georgianos, arábicos e muitas outras versões do Novo Testamento. Os manuscritos latinos apenas são do número de quase 10000. Tudo isto dito, o Novo Testamento é representado por aproximadamente 1000 vezes mais a quantidade de manuscritos de qualquer escrito de um autor clássico. E mesmo dos autores extraordinários – como Homero e Herótodo – simplesmente não pode-se comparar a quantidade de cópias que o Novo Testamento possui. Homero de fato é um distante segundo lugar em termos de cópias, ainda há pouco menos que 2500 cópias de Homero existentes hoje.

Mas há mais: além do grego e das testemunhas versionais, o Novo Testamento é também reproduzido em comentários patrísticos e citações. Acima de um milhão de citações. De fato, se todos os manuscritos gregos e versões fossem destruídos, estudiosos poderiam reproduzir quaseo todo Novo Testamento somente das citações patrísticas.

O problema fundamental da crítica textual do Novo Testamento não é uma falta de dados, mas um embaraçamento pela riqueza.

E o que dizer da data destes manuscritos? Apesar da vasta maioria dos manuscritos do Novo Testamento serem deslocados no tempo por mais de um milênio, há número significante de documentos no primeiro milênio. Naturalmente, quanto mais perto nós chegamos no tempo dos originais, menos manuscritos temos. Mas os números são no entanto impressivos – especialmente quando comparados com outra literatura antiga.

A média dos escritos de autores clássicos antigos gregos é não ter cópias até pelo menos quinhentos anos depois. Em muitos casos, se não a maioria, é perto de 1000 anos. Não é assim com o Novo Testamento. Os fragmentos mais antigos são do segundo século – dentro de 100 anos após os originais. Na década de 1930, havia apenas um fragmento do Novo Testamento do começo do século segundo, P52, um fragmento de João 18 que tem sido datado entre 100DC e 150DC6. Hoje há até uma dúzia de manuscritos gregos do segundo século. E assim que nos aproximamos do terceiro século, nós começamos a ter alguns dos mais importantes manuscritos já descobertos para estabelecer o texto do Novo Testamento. P66, P75, P45, P46 são apenas poucos destes significantes papiros, e todos vem não mais do que o começo do terceiro século. Entre eles, dez cartas de Paulo, quatro Evangelhos e Atos são representados. Assim que chegamos no quarto século – dentro de 250 anos da finalização do Novo Testamento – nós temos os grandes unciais, α e B. α (ou Codex Sinaiticus) quando foi descoberto em 1859, foi encontrado contendo o Novo Testamento inteiro. Hoje, ainda é o Novo Testamento completo mais antigo por mais de 500 anos. Mas mesmo se este precioso manuscrito nunca tivesse vindo à luz, haveria milhares de outros manuscritos antigos para preencher as lacunas. Nós não somos dependentes de um manuscrito para determinar o palavreado do Novo Testamento.

O ponto em tudo isto é que nós temos dados suficientes nas testemunhas existentes para construir o Novo Testamento original em virtualmente todo lugar. A maioria dos estudiosos, de fato, argumentariam que não há lugar para emenda conjectural7 na crítica textual do Novo Testamento por causa da grande riqueza, diversidade, e idade dos materiais que nós temos para trabalhar. Se isto é inteiramente verdade, o fato permanece que o Novo Testamento é o documento religioso-literário mais bem preservado do mundo antigo, e se emenda conjectural fosse necessária, seria apenas em ocasiões extremamente raras.

Assim, o argumento contra a inerrância por causa de autógrafos não existentes depende sua força em uma suposição não declarada, a saber, que o original não pode ser recuperado dos materiais existentes. Mas esta suposição é, na opinião da maioria dos estudiosos, dificilmente o caso.

b. A qualidade das variantes

Vamos fazer as vezes de advogados do diabo, por um momento, tomando a posição mais extrema. Vamos assumir que a emenda conjectural é necessária em alguns lugares (certamente não mais que uma dúzia) no Novo Testamento. Se assim fosse, isto anularia o clamor evangélico de que os autógrafos são inerrantes? Isto depende da qualidade das variantes. A respeito de tal, a maioria dos estudiosos do Novo Testamento são da opinião que nenhuma doutrina é prejudicada pelas variantes textuais O ponto de vista se inicia com J. A. Bengel (1687-1752), o pietista swabiano que fez muito para o criticismo bíblico. Desde seus dias, muitos outros têm argumentado a mesma coisa: nenhuma doutrina é prejudicada pelas variantes textuais8.

Meu ponto de vista não é tão otimista, mas o ponto relevante para nosso propósito neste ensaio está intocado. Eu argumentaria que nenhuma doutrina cardinal é prejudicada por nenhuma variante viável Os adjetivos ‘cardinal’ e ‘viável’ são importantes aqui. Por cardinal eu quero dizer qualquer doutrina essencial para a salvação; por viável eu quero dizer qualquer variante que tem uma chance legítima de representar as palavras dos autógrafos. Agora, eu serei rápido em adicionar que eu não considero a inerrância como uma doutrina cardinal. Ao mesmo tempo, eu incluiria no princípio que esta declaração sustenta. Talvez nós pudéssemos modificar a declaração como se segue: Nenhuma doutrina cardinal ou muitas outras doutrinas são prejudicadas por qualquer variante viável. É claro, declarando isto desta forma é bastante vago. O “muitas outras doutrinas” poderia ser numerosas coisas! No entanto, o ponto para nosso propósito é que mesmo a inerrância não parece ser prejudicada por variantes textuais viáveis.

Você deve se lembrar que eu iniciei este artigo, notando que eu não vou nem defender e nem atacar a doutrina da inerrância, mas ao invés disto irei endereçar um argumento contra ela que, para mim, falta força lógica. O parágrafo anterior parece ser uma negação desta postura neutra. Mas não é, como vocês verão na seção final.

A coisa de mais destaque para se notar sobre o mínimo impacto das variantes textuais sobre a doutrina é que há muitas variantes – centenas de milhares delas! As melhores estimativas hoje são que há entre 300000 e 400000 variantes textuais entre as testemunhas do Novo Testamento. Para um livro que tem menos de 140000 palavras (em grego), isto é bem significante. Mas a vasta maioria destas variantes são meras diferenças de ortografia que não afetam em nada da substância. Então há os sinônimos e pequenas adições – tais como mudar um pronome por um nome ou adicionar “Cristo” ao título “o Senhor Jesus”. Estas, também, não afetam materialmente o significado do texto. Para ter certeza, há várias centenas de variantes textuais que afetam exegese, ou o significado de uma dada passagem. Mas nenhuma variante viável afeta qualquer doutrina cardinal, e mesmo as não-viáveis variantes trazem um impacto mínimo nos ensinos do Novo Testamento.

Alguns exemplos seriam apropriados aqui. Um dos problemas textuais mais notórios é o problema ἔχομεν/ἔχωμεν de Romanos 5:1. Paulo diz, “Nós temos paz” (ἔχομεν) or “tenhamos paz” (ἔχωμεν)? A diferença entre o indicativo e o subjuntivo é uma simples letra. O ômicron e o ômega eram pronunciados quase da mesma forma no grego helenístico (como eles são no grego posterior), deixando a decisão ainda mais difícil. De fato, estudiosos estão divididos sobre este problema textual. Mas o ponto aqui é este: é qualquer das variantes uma contradição ao ensino das Escrituras? Dificilmente. Se Paulo está dizendo que Cristãos possuem paz, ele está falando sobre nosso estado posicional com Deus o Pai. Se Paulo está instando os cristãos a terem paz com Deus, ele está os urgindo a apegar-se aos “indicativos da fé”, as verdades fundamentais nas quais a vida cristã é baseada. Nós temos vários exemplos no Novo Testamento das duas declarações, mesmo dentro do corpus Paulinum: os apóstolos tanto declararam nosso estado reconciliado com Deus, e também urgiram cristãos a serem reconciliados com Deus. Ambas declarações são verdadeiras, mas em diferentes níveis. A questão real em Romanos 5:1 não é se cada variante é verdadeira, mas sobre o que Paulo está falando. O problema finalmente é um que afeta a exegese, mas não a teologia.

Ou considere Mateus 18:15: Ἐὰν δὲ ἁμαρτήσῃ εἰς σὲ ὁ ἀδελφός σου... (“Se um irmão pecar contra você...”) Aqui o εἰς σὲ (“contra você”) está em dúvida. Agora, o que está em jogo é uma questão de ortopraxia (ou seja, como a disciplina eclesiástica deve ser conduzida), mas não de ortodoxia. Ou seja, o cristão A tem o direito e responsabilidade de endereçar o pecado do cristão B somente se aquele pecado é direcionado ao cristão A? Ou ele tem o direito e responsabilidade de endereçar o pecado do cristão B se ele não foi vítima do pecado? O problema textual é difícil de resolver, mas ele não tem nenhum impacto em qualquer doutrina cardinal.

O mesmo pode ser dito de 1 Coríntios 14:34-35, uma passagem que alguns estudiosos acreditam que deveria ser extirpada do texto. Gordon Fee e Philip Payne têm escrito de forma bem convincente a este respeito. Mas se a passagem é parte do autógrafo de 1 Coríntios ou não, nenhuma doutrina cardinal é afetada. Verdade, o texto está endereçando o papel das mulheres na igreja – e isto assim se torna uma passagem muito importante para elas! Mas a doutrina da salvação não depende deste caso.

Outra ilustração é o texto Ocidental de Atos 1:11, onde εἰς τὸν οὐρανόν (“no céu”) está faltando nesta cláusula: οὗτος ὁ Ἰησοῦς ὁ ἀναληφθεὶς ἀφ᾽ ὑμῶν εἰς τὸν οὐρανὸν (“esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu”). Há alguns que clamam que o texto Ocidental enfraquece a doutrina da ascensão de Cristo por causa deste verso. Contudo, para manter esta visão o texto Ocidental deveria não ter todas as referências à ascensão. Mas o primeiro e o terceiro εἰς τὸν οὐρανόν neste verso estão intocados. E quase todos outros textos da ascensão estão intocados também9. Pode ser que os escribas ocidentais estavam cortando palavras e frases por razões estilísticas, mas é duvidoso ao extremo que eles estavam tentando erradicar qualquer referência à ascensão de Cristo. Se fosse assim, eles foram especialmente incompetentes em sua tentativa. Ainda mais, é completamente irracional pensar que o Novo Testamento originalmente não falava da ascensão de Cristo e que este ensino foi adicionado somente depois.

Entre os problemas textuais que são geralmente citados como causando o maior problema para inerrantistas são os seguintes10:

Mateus 1:7-8

Ἀσάφ vs. Ἀσά (“Asaf” vs. “Asa”)

Mateus 1:10

Ἀμώς vs. Ἀμών (“Amós” vs. “Amon”)

Marcos 1:2

ἐν τῷ Ἠσαΐᾳ τῷ προφήτῃ vs. ἐν τοῖς προφήταις (“no profeta Isaías” vs. “nos profetas”)

Marcos 2:26

ἐπὶ Ἀβιαθὰρ ἀρχιερέως vs. omitido11 (“quando Abiatar foi sumo-sacerdote” vs. omissão desta linha)

Marcos 5:1

Γερασηνῶν vs. Γαδαρηνῶν (“Gerasenes” vs. “Gadarenes”)

Lucas 23:45

τοῦ ἡλίου ἐκλιπόντος vs. καὶ ἐσκοτίσθη ὁ ἥλιος (“o sol foi eclipsado” vs. “o sol foi obscurecido”)

João 7:8

οὐκ vs. οὔπω (“não” vs. “não ainda”)

Atos 12.25

εἰς Ἰερουσαλὴμ vs. ἐξ Ἰερουσαλὴμ vs. ἀπὸ Ἰερουσαλὴμ (“para Jerusalém” vs. “saindo de Jerusalém” vs. “de Jerusalém”)

Atos 16.12

conjectura vs. várias leituras12

Atos 20.4

Δερβαῖος vs. Δοβήριος (“Derbe” vs. “Doberius”)

2 Pedro 3.10

εὑρεθήσεται (“encontrará”) vs. várias leituras13

Estas estão entre os mais interessantes e significantes problemas textuais no Novo Testamento com referência à formulação teológica. Mas comentários padrão sobre o Novo Testamento mostrarão que os problemas que eles levantam são mais aparentes do que reais. Suficiente é sublinhar nosso ponto prévio: nenhuma doutrina cardinal é prejudicada por qualquer variante viável14.

Cento e vinte e cinco antos atrás, F. J. A. Hort foi ousado o suficiente em pensar que menos de 1/1000 do texto estava em dúvida. Isto significaria que somente 140 ou mais palavras não poderiam ser positivamente confirmadas. Eu suspeito que o número seja significantemente maior que este, mas no entanto menor que muitos céticos estão propensos a acreditar. No limite superior, nós estamos lidando com aproximadamente 1% do texto do Novo Testamento em dúvida – menos que 1400 palavras. E ainda, em todos estes lugares, o verdadeiro texto pode ser encontrado em alguns manuscritos. Além do mais, como nós já argumentamos antes, nenhuma doutrina cardinal está em perigo por nenhuma delas. Para colocar isto de forma pragmática, quando alguém olha para o Nestle-Aland Novum Testamentum Graece, ele ou ela está olhando para o texto original – seja no texto, seja no aparato. O argumento, então, que a inerrância é uma doutrina insuportável por causa dos autógrafos desaparece das discussões: nós temos o original em algum lugar nas páginas do Novo Testamento grego.

c. Evangélicos e as teorias de crítica textual

Finalmente, nós chegamos à diversidade de opiniões entre os evangélicos a respeito do texto do Novo Testamento. Por ‘evangélico’ eu quero dizer aqueles cristãos que, inter alia, abraçam a doutrina da inerrância. Com certeza, nem todos os evangélicos defendem a inerrância, mas aqueles que estão em foco aqui defendem. Talvez um melhor título, contudo, seria “Inerrantistas e as teorias de crítica textual”, mas inerrantistas incluem muitos que não são evangélicos (tais quais os membros dos grupos cristãos heterodoxos e muitos fundamentalistas que não ligam para o título ‘evangélico’). Assim, ‘evangélicos’ está bem.

Dentro do campo da crítica textual do Novo Testamento, há várias escolas de pensamento. Na extrema direita estão aqueles que abraçam o texto majoritário, ou os manuscritos que são tipicamente bizantinos e geralmente compreendem uma maioria, mesmo uma grande maioria. O texto que tais estudiosos constroem não tem sido de tal tipo que lhes cause Angst sobre a inerrância. Ou seja, se o texto majoritário é o texto verdadeiro, então evangélicos não precisam abandonar a inerrância de uma hora para outra por causa dele.

Do outro lado estão aqueles que dão prioridade à evidência interna (conhecida como ecleticismo rigoroso ou profundo). Certamente, não há muitos evangélicos nesta área (talvez por que não há muitos críticos textuais nesta área!). E o texto que eles acreditam ser o original não os causou a abandonar a inerrância também. Dois pontos são importantes aqui, contudo. Primeiro, apesar desta abordagem à crítica textual ser mais inclinada a adotar a emenda conjectural do que qualquer outra, o ecleticismo rigoroso é geralmente contrário a adotar-se uma leitura que não tem pelo menos algum suporte de manuscrito15. Segundo, estudiosos evangélicos são geralmente o grupo menos provável de adotar a conjectura. Eles tendem tanto a ter mais consideração pela evidência dos manuscritos que tal abordagem seria impensável. Mas precisamente por causa disto, que o texto que eles clamam ser inerrante é aquele que é encontrado nos manuscritos, não que é feito ex nihilo para salvaguardar a inerrância. E deve-se destacar que a conjectura é quase sempre sugerida em uma passagem por causa das discrepâncias que o palavreado parece criar. Assim, evangélicos deveriam ter mais tendência a aceitar a emenda conjectural, se tais discrepâncias verdadeiramente produzem erros no texto que eles não poderiam suportar.

No meio estão aqueles que são melhor definidos como ecléticos racionais. Este grupo compreende a maioria dos críticos textuais hoje, sejam eles evangélicos ou não. Esta abordagem à crítica textual está por trás da maioria das traduções modernas da Bíblia. Há muitas permutas dentro deste amplo campo, mas mesmo contando com todos eles, evangélicos são encontrados em todos os lugares. O texto que eles constroem como o original não os causou abandonar a inerrância16.

Estas várias escolas de pensamento constroem um original diferente do Novo Testamento, mas evangélicos inerrantistas são encontrados em cada escola. Não há escola de crítica textual que, por sua própria natureza, exclui inerrantistas de sua membresia. Assim, o texto do Novo Testamento que os evangélicos em várias escolas adotam é visto por eles como inerrante. E, como mencionado antes, evangélicos não estão propensos a adotar a conjectura para resolver dificuldades textuais. Assim, o argumento que já que os autógrafos desapareceram significa que não há forma de sabermos se o texto é inerrante se torna – especialmente para evangélicos – uma suposição falha. Esta linha de argumento poderia ser verdade apenas (a) se a emenda conjectural fosse uma necessidade em dados lugares, (b) se em tais lugares somente a conjectura resolvesse uma discrepância no texto de tal natureza, que do contrário, a doutrina da inerrância estaria em prejuízo, (c) se somente evangélicos adotassem a conjectura (pois então eles poderiam ser acusados com especial alegação). Mas estas condições não são manifestamente encontradas. Consequentemente, o argumento agnóstico é vazio17.

3. Conclusão

Independente do que alguém acredita sobre a doutrina da inerrância, pelo menos o argumento contra ela com base nos autógrafos desconhecidos é logicamente falacioso. Nós temos o texto do Novo Testamento em algum lugar nos manuscritos. E o texto que nós temos em qualquer variante viável não é um problema maior para a inerrância do que outros problemas onde o texto é seguro. Agora, de fato, há definitivamente desafios nas variantes textuais para a inerrância. Isto não é negado. Mas eles são desafios menores comparados aos grandes desafios que a inerrância encara.

Mas, evangélicos não estão propensos a alterar o texto onde estão os grandes problemas. Qual evangélico não gostaria de uma harmonia clara entre os dois registros da morte de Judas, relatos paralelos uniformes da tripla negação de Pedro de Jesus, ou uma clara retirada do censo de Quirino? E quem não preferiria que em Marcos 2:26 Jesus não falasse da violação de Davi do templo como ocorrendo durante os dias de “Abiatar, o sumo-sacerdote”? Estes são significantemente maiores problemas para a inerrância do que os poucos e isolados problemas textuais – e eles não estão em passagens que são capazes de uma solução critico-textual fácil18. O argumento assim é do maior para o menor: se estes desafios maiores para a inerrância não são resolvidos pela emenda conjectural pelos evangélicos, então os desafios menores que envolvem variantes textuais certamente não são suficientes para fazer os evangélicos abandonarem esta doutrina.

Isto de forma alguma quer sugerir que os maiores problemas são insolucionáveis. Ao contrário, nosso argumento aqui é simplesmente que há peixes maiores a se fritar para os inerrantistas do que poucos problemas textuais pequenos.

Colocando de forma simples, a doutrina da inerrância é abraçada por evangélicos mesmo em face de um texto “menos que certo” do Novo Testamento. E isto porque mesmo que não haja 100% de certeza sobre as palavras do Novo Testamento, as palavras do texto original são evidentes – ou no texto ou nas variantes do, digamos, texto Nestle-Aland. Emenda conjectural é virtualmente desnecessária. E nenhuma variante viável naquele aparato tem sido persuasiva o suficiente para evangélicos como um todo para excluir sua crença na doutrina.

Como questão de integridade intelectual, eu recomendaria aqueles que usam o argumento agnóstico a aposentá-lo. A princípio ele soa muito bem, mas assim que é provado só um pouco, ele desmorona. Ou, nas palavras imortais da antiga governadora do Texas, Anne Richards, “Aquele cão não caça”.

Em resumo, há uma suposição feita por não evangélicos quando eles colocam a questão da inerrância e os autógrafos. É que o palavreado dos autógrafos é, em alguns lugares, irrecuperável – ou seja, desconhecidos e desconhecíveis. Mas esta suposição implica que o palavreado do original em alguns lugares não pode ser encontrado nos manuscritos. Isto é manifestamente falso. Pragmaticamente, o palavreado do original é encontrado ou no texto ou no aparato do Nestle-Aland Greek New Testament. Nós temos o original na nossa frente; nós só não estamos certos todas as vezes se ele está na linha de cima ou na de baixo.

Poderíamos adicionar o segundo ponto: evangélicos pertencem a todos os maiores campos do criticismo textual. Assim, independente do que é considerado uma variante viável (por exemplo, uma que tem uma possibilidade genuína de refletir o palavreado dos autógrafos), evangélicos não tem sido abalados em sua crença na inerrância. De fato, há desafios para a inerrância em relação à crítica textual. Mas no geral, estes são menores (e está além do escopo deste artigo endereçá-los). Eles simplesmente não se mostram como os maiores problemas para esta doutrina.

 

 

Dan Wallace (Ph.D., Dallas Seminary) tem focado na gramática grega e no criticismo textual durante os últimos trinta anos. Sua Greek Grammar beyond the Basics: An Exegetical Syntax of the New Testament (Zondervan, 1996) é a gramática grega intermediária padrão usada em seminários hoje. Recentemente suas atenções têm mudado de questões sintáticas e crítico-textuais para um trabalho mais específico em João, Marcos e na Cristologia primitiva. Seu mais recente livro, Reinventing Jesus (Kregel, 2006), em coautoria com Ed Komoszewski e Jim Sawyer, endereça o ceticismo pós-moderno sobre as raízes históricas da fé cristã. Seu trabalho de pós-doutorado inclui estudos na Tyndale House em Cambridge, Inglaterra, e no Institut für neutestamentliche Textforschung em Muenster, Alemanha. Dan é professor de Estudos do Novo Testamento no Dallas Seminary e Diretor Executivo do Center for the Study of New Testament Manuscripts (csntm.org).


Notas

1. Em anos recentes, ETS adicionou uma segunda doutrina que todos os membros devem também se subscrever: “Deus é uma Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, cada um sendo uma pessoa não criada, um em essência, igual em poder e glória”.

2. Veja B. B. Warfield, The Inspiration and Authority of the Bible (Philadelphia: Presbyterian and Reformed, 1948; reprint 1970) 46: “Cristãos não precisam se preocupar com o fato de que os autógrafos se perderam”. As razões para esta falta de preocupação são dadas no n. 22 na mesma página.

3. Darin M. Weil, “Inerrancy and its Implications for Authority: Textual Critical Considerations in Formulating an Evangelical Doctrine of Scripture,” Quodlibet Journal 4.4 (November 2002) 1 (convenientemente acessível em www.Quodlibet.net). Sr. Weil é um inerrantista, e gasta o resto de seu ensaio endereçando esta e outros tópicos.

4. Paul J. Achtemeier, The Inspiration of Scripture: Problems and Proposals (Philadelphia: Westminster/John Knox, 1998) 71-72.

5. Jack Finegan, Encountering New Testament Manuscripts: A Working Introduction to Textual Criticism (Grand Rapids: Eerdmans, 1974) 54 (§56).

6. Esta data e a relevância deste papiro para datar o Evangelho de João tem sido recentemente disputado. Veja Brent Nongbri, “The Use and Abuse of P52: Papyrological Pitfalls in the Dating of the Fourth Gospel,” HTR 98.1 (January 2005) 23-48. Nongbri conclui seu artigo como se segue:

O que emerge deste artigo não é nada surpreendente para os papirologistas: paleografia não é o método mais efetivo para datar textos, particularmente aqueles escritos por uma mão literária. O próprio Roberts notou este ponto em sua edição do P52. O problema real é o jeito que estudiosos do Novo Testamento tem usado e abusado da evidência papirológica. Eu não revisei radicalmente o trabalho de Robert. Eu não provi nenhum papiro documentário do terceiro século que possui absoluta “semelhança mórbida” à escrita do P52, e mesmo que tivesse, isto não nos forçaria a datar o P52 em algum ponto exato do terceiro século. Evidência paleográfica não funciona desta forma. O que eu tenho feito é mostrar que nenhuma consideração séria da janela de possíveis datas para o P52 deve incluir datas no final do segundo século e começo do terceiro século. Assim, P52 não pode ser usado como evidência para silenciar outros debates sobre a existência (ou não-existência) do Evangelho de João na primeira metade do segundo século. Somente um papiro contendo uma data explícita ou um encontrado em um claro contexto arqueológico estratigráfico poderia fazer o trabalho que os estudiosos querem que o P52 faça. Como está agora, a evidência papirológica deveria tomar um segundo lugar para outras formas de evidência em endereçar debates sobre a datação do Quarto Evangelho.

A tese do artigo é que a datação padrão do P52 de 100 a 150 DC é disputável e assim a data do Evangelho de João é novamente aberta a questionamento. A data de 100-150 DC foi originalmente definida para o fragmento em 1935, quando Colin H. Roberts, o homem que descobriu o manuscrito em garrafas da Livraria de John Rylands na Universidade de Manchester, requisitou de três dos maiores papirologistas na Europa sobre sua data. Cada um independentemente confirmou uma data na primeira metade do segundo século. (Para ter certeza, alguns estudiosos o datam mais tarde do que isto, mas eles são uma distinta minoria. Além disto, Deissmann pensou que ele poderia ser datado tão cedo quanto a última metade do primeiro século). Mas que a tradicional data do P52 pode ser tão desdenhosamente colocada de lado (por simplesmente argumentar pelo que é possível, ao invés de notar o que é provável) parece ser uma medida desesperada, nascida de uma agenda pós-moderna: ceticismo deve reinar sobre todas as matérias relacionadas às Escrituras. Os pré-requisitos para uma certa data que Nongbri sugere (data explicita no manuscrito ou descoberta in situ que coloca o fragmento entre outros artefatos que podem ser datados) são, é claro, bem conhecidos. Mas pouca certeza é muitas sombras de probabilidade. A declaração do autor que “paleografia não é o mais efetivo método para datar textos” parece implicar que um melhor método está disponível para nós para este fragmento. Este não é o caso, como Nongbri admite. De fato, ele usa a paleografia para tentar descreditar a datação padrão deste fragmento! Mas ele não parece querer reconhecer o mesmo que P52 traz muito para a discussão a respeito da data de João. Sua conclusão que o papiro “não pode ser usado como evidência” para a data de João é certamente exagerada. Que a vasta maioria dos manuscritos do Novo Testamento são datados estritamente com bases paleográficas, e que há vários outros papiros de João tão antigos quanto o segundo século, sugere que o ceticismo de Nongbri é sem sentido.

7. Ou seja, reconstruir o palavreado do texto sem qualquer manuscrito de suporte, uma prática que é requerida para quase todos outros textos antigos. Kurt e Barbara Aland vão além ao dizer, “O princípio de que a leitura original pode ser encontrada em qualquer manuscrito ou versão simples ao ficar sozinho ou praticamente sozinho é somente uma possibilidade teórica” (The Text of the New Testament, 2nd ed. [Grand Rapids: Eerdmans, 1989] 281), e “Dificuldades textuais não deveriam ser resolvidas por conjecturas, ou por posicionar comentários ou interpolações, etc., onde a própria tradição textual não mostra interrupção; tais tentativas denunciam uma desistência perante as dificuldades e são elas mesmas, violações ao texto” (ibid., 280). Cf. também G. D. Kilpatrick, “Conjectural Emendation in the New Testament,” New Testament Textual Criticism (Festschrift for Metzger), edd. E. J. Epp e G. D. Fee (Oxford: Clarendon, 1981) 349-60. Para um tratamento específico sobre a conjectura, na qual o autor a rejeita absolutamente, veja D. A. Black, “Conjectural Emendations in the Gospel of Matthew,” NovT 31 (1989) 1-15. Por outro lado, nas raras ocasiões onde um estudioso do Novo Testamento oferece uma conjectura. Mas tais não são apenas distantes e separadas batalhas, são também auto-conscientes e crescentes batalhas. Cf., por exemplo, J. Strugnell, “A Plea for Conjectural Emendation in the New Testament,” CBQ 36 (1974) 543-558.

8. 558.8Cf., e.g., D. A. Carson, The King James Version Debate: A Plea for Realism (Grand Rapids: Baker, 1979) 56, 65.

9. Alguns estudiosos (tais quais K. W. Clark; veja nota prévia) tentam mostrar que uma doutrina é suprimida em vários textos, mas isto de novo não demonstra que uma doutrina foi erradicada, prejudicada ou afetada. Há várias passagens debatíveis textualmente sobre a deidade de Cristo, por exemplo, mas a doutrina não é prejudicada nem minimamente por causa delas. Este método é também o que o pessoal da KJV Only usa para denunciar traduções modernas: um manuscrito que aqui ou ali não mencionam o sangue de Cristo, que Deus é nosso Pai, ou a deidade de Cristo é frequentemente vista como produzida por heréticos que conspiraram contra a palavra de Deus. O texto mais notável usado pelo pessoal da KJV Only é o Comma Johanneum, 1 João 5.7-8, onde a Trindade parece estar em vista na terceira edição do Textus Receptus. A base textual para as palavras aqui são tão pobres como o possível, e virtualmente todos os estudiosos do Novo Testamento reconhecem isto. Além do mais, não mais do que 1% dos membros da Evangelical Theological Society (a estimativa é generosa) abraçam o Comma Johanneum como autêntico. Mas todos os membros da ETS devem anualmente assinar sua confissão na Trindade. Se a remoção do Comma Johanneum é destrutiva para a Trindade, então como poderia todos estes membros da ETS assinar a declaração confessional?

10. Em cada instância, a leitura do texto da NA é listada primeiro.

11. Neste caso, o texto Ocidental omite a frase para eliminar a discrepância histórica. Mas poucos críticos textuais hoje, se algum, aceitam a leitura Ocidental como autêntica.

12. Veja discussão em Metzger, Textual Commentary, 393-95.

13. Veja discussão em Metzger, Textual Commentary, 636-37.

14. Ehrman, Misquoting Jesus, acha que ele produziu outras variantes textuais que são mais significantes, aquelas que diretamente impactam doutrinas cardinais. Da maior parte, as passagens que ele traz já foram mencionadas em seu volume de estudos de 1993, Orthodox Corruption of Scripture. Mas vários estudiosos criticaram Ehrman naquele tomo por ou estar errado em suas escolhas textuais ou errado em suas interpretações.

15. Assim G. D. Kilpatrick, “Conjectural Emendation in the New Testament,” New Testament Textual Criticism (Festschrift for Metzger), edd. E. J. Epp e G. D. Fee (Oxford: Clarendon, 1981) 349-60. Mais recentemente, J. K. Elliott, aluno de Kilpatrick, tem de fato permitido a conjectura em Marcos 1:1, marcando um novo abandono para o ecleticismo rigoroso.

16. De fato, evangélicos dentro de um campo são algumas vezes propensos a acusar aqueles de outro campo de não ser capaz de manter a inerrância. Isto é particularmente verdadeiro daqueles no campo do texto majoritário – ou seja, eles tendem a acusar outros evangélicos de abraçar um texto errante. (Cf. James A. Borland, “Re-examining New Testament Textual-Critical Principles and Practices Used to Negate Inerrancy”, JETS 25 [1982] 499-506.) Ocasionalmente, mesmo fora do campo do texto majoritário alguém encontra um evangélico que clama, “Se você não se mantém a esta variante textual, a Bíblia não é mais inerrante”. Mais notavelmente, Gordon Fee tem argumentado isto em seu comentário NICNT sobre 1 Coríntios, clamando que se 14:34-35 é autêntico, então o apóstolo Paulo é pego em contradição: “De até mesmo maior dificuldade é o fato de que estes versos se colocam em óbvia contradição a 11:2-16” (G. D. Fee, The First Epistle to the Corinthians [NICNT; Grand Rapids: Eerdmans, 1987] 702). Mas a maioria dos evangélicos – de fato, a maioria dos estudiosos do Novo Testamento – não tem sido persuadidos pelo argumento de Fee contra a autenticidade destes versos, e muitos veem poucos problemas em harmonizar este texto com o capítulo 11.

17. Certamente, o criticismo textual do Velho Testamento é um animal diferente onde a conjectura deve ser aplicada em alguns lugares. No entanto, a terceira condição ainda não é encontrada, deixando o argumento agnóstico sem mérito.

18. Apesar de poucos manuscritos, especialmente da variedade ocidental, apagarem as palavras ofensivas de Marcos 2:26. Mas isto ilustra meu ponto mais amplo: evangélicos não tendem a correr para soluções critico-textuais a problemas difíceis para inerrância se as soluções crítico-textuais não são convincentes em outras bases.

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