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Zuínglio - Exegese amigável das palavras do Senhor para Martinho Lutero (1537)

Escrito por  Ulrico Zuínglio
Zuínglio

Você chama nosso ensino de veneno destrutivo; a mim porém me parece que a alegação, que a carne de Cristo é comida corporalmente na Eucaristia, é a verdadeira destruição e a verdadeira peste, e cuja divulgação deve destruir o Evangelho. Se isto fortalecer a fé e puder absolver pecados, então voltaremos com isto ao serviço da obra. Confiar em Cristo, o Filho de Deus, é o remédio salutar contra as feridas do pecado, não comer sua carne.

Não fazemos de Cristo um mentiroso, quando interpretamos suas palavras segundo suas próprias palavras e com base em Jo 6:63 (a carne é inútil) negando que a carne de seu corpo é dada para nós na Santa Ceia com as palavras: este é meu corpo. Antes estamos seguros segundo a regra e o entendimento mais simples da fé que Cristo não nos deu nada carnal, onde a justiça não pode ser presenteada através de uma mediação carnal. Os que conferem à carne o que somente cabe ao espírito, e contra as palavras de Cristo novamente introduzem uma justiça exterior, ganham a repreensão.

Vocês confundem fé com assentimento. Esta é a fé salutar, que crê que Jesus é o Filho de Deus e nele confia. Mas onde está ordenado nas Escrituras crer, que aqui seu corpo é comido e seu sangue é bebido? Por que abusam desta forma a crença na Palavra? A essência da fé é invertida quando a confiança em Cristo como Filho de Deus com a fé que o corpo de Cristo é comido se tornam lei.

Nós devemos nos lembrar, que temos Deus como espectador nesta luta, e que é melhor que nós mesmos para ver em qual espírito todos nós agimos, e que será nosso juiz, não apenas do povo alemão mas de toda nossa era, todos os séculos vindouros até o futuro do Senhor, que julgará mais justamente e mais retamente estas coisas, quanto mais distantes das paixões vocês estiverem, mais elas agora nos rodeiam.

Séculos futuros, a vocês recorro, que vocês decidam com julgamento incorruptível sobre esta questão.

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